Lojas apresentam programa cultural de aniversário .Com ideais marxistas como princípio filosófico, André Essel e Max Théret fundaram, em 1954, uma cooperativa para facilitar a compra de material cinematográfico e fotográfico aos trabalhadores das empresas associadas. A Fnac - Federation nationale d'achats des cadres - nasceu timidamente em Clichy, França. Hoje, é uma das mais importantes cadeias de lojas dedicadas ao lazer e à tecnologia. Amanhã cumpre dez anos de actividade em Portugal, com 12 lojas abertas e três que serão inauguradas ainda este ano. Recorda-se um percurso de sucesso, mesmo quando comparado com as filiais internacionais, graças a uma década que somou mais de 143 milhões de visitantes. .A primeira loja Fnac portuguesa foi inaugurada a 28 de Fevereiro de 1998, no então recém criado Centro Comercial Colombo (que cumpria na altura meros cinco meses de existência). Cedo se assumiu como um dos espaços mais concorridos daquela grande superfície, ameaçando lojas até então tidas como tradicionais no panorama cultural e de entretenimento. Ainda em 1998, a Fnac chegava ao Norte Shopping de Matosinhos, lançando uma política de abertura de lojas à média de uma por ano. Até 2011, o grupo quer ter instalado um total de 20 espaços Fnac em Portugal. .Confiando no modelo que era já aplicado nos países onde estava representada, a Fnac chegou a Portugal apresentando-se como ponto de encontro para as diferentes faces da indústria do lazer, anunciando remodelação nos preços e na oferta, além de confiar no atendimento de funcionários especializados. O director de Marketing e Comunicação, Viriato Filipe, fala-nos em "democratização da cultura e das novas tecnologias, para uma sociedade culta e não elitista". Para tal, a Fnac procura, desde a sua génese, "adaptar a oferta aos mais variados perfis sociais"..Vinte anos depois da sua criação, a Fnac estava já distante das suas origens. Rádios, gravadores, discos e livros integravam um catálogo que descobriria ainda receitas seguras no mercado do vídeo e, mais tarde, do disco compacto. O sucesso francês motivou a cobiça de grandes grupos económicos a partir de meados da década de 80 e contribuiu em definitivo para a expansão internacional: Bélgica, Grécia, Itália, Portugal, Espanha, Suíça, Brasil e Taiwan compõem hoje o quadro de um grupo que, desde 1996, integra a multinacional PPR (Pinault Printemp Redoute). Total actual: 69 pontos de venda em 56 cidades francesas e 41 outros espaços repartidos por oito países..Portugal correspondeu em absoluto ao sucesso conquistado até 1998: em dez anos registam-se mais de 27 milhões de livros vendidos, 18,5 milhões de CD e 9,2 milhões de DVD. Em 2005, a Fnac portuguesa apresentava lucros de 220 milhões de euros, parte dos 4382 milhões facturados a nível global pela empresa líder europeia na sua área. Para lá dos lucros, Viriato Filipe lembra que "Portugal procurou sempre seguir as linhas de orientação que fizeram da Fnac uma marca de mérito." Entre estas características da está a política cultural, com a apresentação regular de concertos, filmes, lançamentos de livros ou debates nos fóruns instalados em cada uma das lojas. .O director de Marketing e Comunicação lembra os "mais de 15 mil eventos culturais que passaram pelos palcos dos fóruns Fnac ao longo de dez anos" como exemplo maior desta política. E recorda a criação do prémio Novos Talentos Fnac como símbolo da "dedicação aos artistas nacionais promissores". O princípio é, aliás, o mesmo que os fundadores Max Théret e André Essel, defenderam desde 1969, ano em que a Fnac de Paris se tornou a primeira empresa a integrar eventos culturais no dia-a-dia das suas lojas, procurando o equilíbrio entre "artistas consagrados e novos talentos". O mesmo princípio rege as comemorações deste 10º aniversário.