Reciclagem. Lei obriga a desmontar e a reciclar os carros usados .Estado também toma posse de terrenos de sucateiros ilegais .Mais de 50% das sucatas ilegais, 480, no País foram encerradas ou estão prestes a ser desactivadas. O Ministério do Ambiente espera acabar com as restantes 340 até ao Verão. Ao mesmo tempo que desaparecerem as empresas ilegais, crescem os operadores licenciados pelo Estado para desmantelar e reciclar os carros velhos, uma obrigação prevista na lei. Em 2008, os 43 centros existentes reciclaram 87 mil veículos em fim de vida, quase o dobro do ano anterior..A adesão dos donos das sucatas ao programa de erradicação lançado há seis meses explica-se pelas acções coercivas, explicou ao DN Humberto Rosa, secretário de Estado do Ambiente. Ou seja, os sucateiros acabaram por remodelar as suas instalações e adaptar-se às novas regras ambientais porque a estratégia lançada pelo Governo previa que o Estado tomasse posse administrativa do terreno, caso o proprietário não as acatasse.."As primeiras acções foram coercivas. As pessoas começaram a aderir voluntariamente porque perceberam que já não compensava pagar a multa. Além disso, ficavam sem o material (carros e peças) que tinham no terreno", considera também Ricardo Furtado, da Valorcar, entidade que gere a rede dos operadores licenciados. No entanto, acrescenta, "enquanto existirem sucatas, haverá sempre concorrência desleal perante quem se esforçou e fez um investimento na reconversão do espaço"..Em meio ano foram accionadas seis acções coercivas, tendo os restantes sucateiros aderido voluntariamente, passando a fazer o desmantelamento dos carros de acordo com as regras ambientais e reciclando os materiais aproveitáveis..A lei obriga os cidadãos a entregarem o carro velho num operador. Aí deve ser desmontado, retirados os materiais perigosos, como óleos e baterias, e aproveitados os restantes. Para cancelar a matrícula e deixar de pagar o imposto único de circulação, o dono do veículo precisa do certificado de destruição, que prova a entrega num operador licenciado.Esta alteração fiscal também levou as pessoas a não abandonarem os carros velhos, considera Ricardo Furtado. O incentivo ao abate foi outro impulsionador da entrega: um carro com mais de dez anos passou a valer mil euros na compra do novo.