Derrame da Chevron pode ser 23 vezes superior

O derrame de petróleo no litoral do Rio de Janeiro, Brasil, pode ser 23 vezes o estimado pela companhia Chevron, segundo cálculos do geólogo norte-americano John Amos, da ONG SkyTruth.
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De acordo com as estimativas oficiais da Chevron, a mancha de óleo era, na quinta-feira, de 65 barris na superfície, e o total derramado ao longo dos dias chegou a 650 barris.

Entretanto, o jornal O Globo refere que, com base em imagens da NASA, Amos calculou um derrame diário de 3.738 barris entre 9 e 12 de novembro, o que resultaria num total de 15 mil barris despejados no oceano. O geólogo foi um dos primeiros a dimensionar o acidente da BP no Golfo do México.

O derrame ocorreu na Bacia de Campos. A mancha de óleo está a cerca de 120 quilómetros da costa do Estado do Rio de Janeiro e desloca-se para alto mar.

Para o representante da ONG SkyTruth, o derrame da Chevron pode ter começado antes da data divulgada pela empresa (dia 09) e não há a certeza de que tenha diminuído, já que o céu nublado impede o controlo. Os sobrevoos à região, que estavam suspensos, deverão ser retomados hoje.

Ainda segundo O Globo, o diretor-geral da Agência Nacional de Petróleo (ANP), Haroldo Lima, também calculou um derrame maior do que o oficial em conversas com parlamentares, de 3.300 barris desde o dia 07 de novembro.

Em entrevista publicada hoje pelo jornal O Estado de São Paulo, Lima afirmou que a causa do desastre ambiental pode ser uma rotura na extremidade do revestimento de um dos poços perfurados pela Chevron.

A tese indica que o derrame de óleo pode ser fruto de um erro de operação da companhia e não por falha geológica natural, como a Chevron afirma.

O diretor da ANP afirmou na quinta-feira que serão aplicadas "multas pesadas" à companhia norte-americana. Os valores, porém, só serão definidos quando o derrame for controlado.

A Polícia Federal do Brasil um abriu inquérito para investigar o acidente. Executivos da Chevron também devem ser convocados para prestar esclarecimentos na Câmara dos Deputados.

Oficialmente, a Chevron diz que os trabalhados de cimentação para vedar o poço continuam, mas não faz previsões para o fim da operação.

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