Pneus traseiros diferentes, o fecho do cinto de segurança estragado e triângulo partido foram algumas das seis deficiências dos automóveis levados à inspeção. Não houve nenhum centro que anotasse todos os problemas, mas houve seis que não registaram qualquer falha..A associação exige que o Instituto da Mobilidade e Transportes Terrestres (IMTT) tome medidas urgentes já que nada se alterou desde 2006, ano em que realizaram um estudo idêntico e com resultados iguais.."Passados sete anos, com o parque automóvel a envelhecer e alguns consumidores a poupar na manutenção dos veículos, voltámos aos centros de inspeção" e "concluímos que os problemas se mantém", refere o estudo a publicar na edição de novembro da Pro Teste . Fátima Martins é a técnica da Deco que coordenou o trabalho e sublinha que "seis centros não detetaram nenhuma das anomalias; seis só detetaram uma e outros seis duas". .Introduziram nos carros uma deficiência do tipo 1 (escova do para-brisas gasta) e cinco do tipo 2 (cinto de segurança sem fechar, má orientação do médio esquerdo, reduzida intensidade da luz de nevoeiro, pneus diferentes no eixo traseiro e triângulo partido). Basta uma ou duas falhas de nível médio para o carro reprovar..Os automobilistas visitaram anonimamente os centros de inspeção entre julho e agosto. "O sistema de iluminação foi, a par dos pneus, foi o mais controlado. Contudo, só três deram pelos dois problemas existentes", verificaram..A associação de consumidores diz que a fiscalização falha e que esta devia ser intensificada e alterada. Fátima Martins explica que o IMTT devia utilizar o método da visita anónima e reforçar as sanções, nomeadamente punir com a suspensão da atividade ou mesmo o encerramento do estabelecimento e o fim do contrato de concessão. "Só assim é que a fiscalização resulta, porque se o centro de inspeção for muito rigoroso perde clientes e tende a facilitar", justifica..Os centros CIMA de Santarém, de Pombal e de Alcobaça, o Pedro Lamy, o Mastertest Rio Maior e o Centro de S. Dinis não detetaram as anomalias. "Impossível, isso que está a dizer é muito grave e vamos ter de averiguar", reagiu um dos responsáveis da unidade de Pedro Lamy. Também Carlos Correia, do CIMA de Alcobaça está incrédulo por não terem detetado nenhuma das anomalias: "Podia deixar escapar uma escova, agora é impossível deixar passar as luzes e muito menos os pneus diferentes. Tenho de perceber o que se passou, se o carro reprovou ... ".A técnica de Deco alega que o facto do carro ter ou não sido reprovado não interessa para as conclusões, já que quando a anomalia não é registada deixa de ser verificada numa segunda avaliação. ."Não é justificação possível porque o objetivo da inspeção periódica é verificar o correto funcionamento e as condições de segurança do veículo em circulação. Todas as deficiências têm que ser anotadas desde que se verifiquem para que possam ser corrigidas", argumenta Fátima Martins..Os responsáveis do IMTT e da Associação Nacional de Centros de Inspeção Automóvel não comentaram o estudo.