De volta às salas de cinema os filmes de 'cowboys'

Estreia amanhã nas salas portuguesa o filme da Disney para este verão. 'O Mascarilha" traz ao grande ecrã Johnny Depp no papel do índio, o fiel companheiro do herói. Este papel - o do herói, que no início do filme é apenas um advogado recém formado levado pela teimosia de resolver todos os problemas dentro da lei - cabe a Armie Hammer. É o regresso dos filmes de 'cowboys'.
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Quando revisitamos o velho Oeste no filme da Disney 'O Mascarilha', pensamos: Que pena que o índio é o parceiro e não o herói. Isto porque Johnny Depp - o índio Tonto, que de tonto não tem nada - mais uma vez consegue atribuir a uma personagem o sentido de humor satírico. Neste caso relativamente 'ao homem branco' e às coisas que ele faz, das quais se exclui. Aliás, Tonto ficou famoso pela tirada: "Nós quem, cara pálida?". Pergunta que faz ao herói mascarado (Lone Ranger) certa vez que se viram "cercados por índios hostis".

O filme que estreia em Portugal a 8 de agosto tem talvez um defeito: é longo e com contínuas cenas de perseguição. Mas porventura não poderia ser de outra forma, afinal trata-se de uma aventura no 'Wild West' com índios, cowboys, caminhos de ferro, vilões, prostitutas, gente boa, gente má e uma rede de histórias que precisam de tempo para serem contadas.

A velha luta entre o bem e o mal, é assim o tema central do filme. Depp consegue - tal como nos Piratas das Caraíbas - encarnar na perfeição uma personagem algo lunática. Se em 1933 estivéssemos a ouvir rádio e pela primeira vez aparecesse a dupla do velho Oeste norte-americano, o índio seria o Tonto encarnado por Depp.

Baseado na personagem criada por George Washington Trendle, para um programa de rádio na década de 1930, este filme conta as origens desse herói, interpretado desta vez por Armie Hammer.

A enredo começa no futuro, justamente em 1933, ano em que o programa aparece na rádio, e é narrado pela personagem de Depp. O índio parece estar embalsamado - à semelhança do corvo que carrega durante todo o filme na cabeça - e em exposição no museu de uma feira, em San Francisco. Velho e meio alienado regressa às memórias do passado para contar a história a um menino que aparece no museu fantasiado de Mascarilha.

No fundo, trata-se da transformação de um rapaz chamado John Reid - afinal Armie Hammer tem apenas 26 anos - num homem obrigado pela vida a deixar de lado a sua teoria sobre a 'magnificência' da lei sacramentada nos livros. No final do filme parece concluir que a lei tem muito pouca aplicação no mundo real onde impera a falta de lealdade e o 'jogo' está viciado.

'O Mascarilha' é fundamentalmente a história de dois amigos improváveis que aprendem a trabalhar juntos no combate à ganância e à corrupção, num mundo onde "os homens bons por vezes têm de usar máscara".

Depois é aventura que apesar das cenas de ação e das campanhas publicitárias para promover o filme, não está a dar lucro nas bilheteiras dos cinemas dos Estados Unidos. A Walt Disney Co inclusivamente já fez saber através do relatório de contas que espera perder entre 160 a 190 milhões de dólares com 'O Mascarilha'.

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