O presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, enviou mensagem de felicitações a Jair Bolsonaro e o primeiro-ministro, António Costa, enviou cumprimentos em nome do governo português. Mas não foram os únicos líderes estrangeiros ou políticos internacionais a reagir à eleição de Bolsonaro e a felicitá-lo..Um "contacto bastante amigável" dos EUA.O presidente dos EUA, Donald Trump, foi um dos primeiros a telefonar ao presidente eleito do Brasil. "Acabou de nos ligar e nos desejou boa sorte e, obviamente, foi um contacto bastante amigável", disse Bolsonaro numa transmissão ao vivo nas redes sociais.."Tive uma conversa muito boa com o recém-eleito presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, que ganhou a corrida com uma margem substancial. Concordámos que o Brasil e os EUA vão trabalhar juntos no comércio, militares e em tudo o resto. Excelente telefonema, dei-lhe os parabéns!", escreveu já esta manhã de segunda-feira o presidente Trump no Twitter..No domingo à noite, já o vencedor das presidenciais brasileiras explicara que Trump disse ter intenção de se aproximar de vários países do mundo "sem o viés ideológico".."Manifestamos o desejo de aproximar ainda mais estas duas grandes nações e avançarmos no caminho da liberdade e da prosperidade!", escreveu Bolsonaro no Twitter..Em comunicado, a Casa Branca confirmou o telefonema. "Ambos expressaram o forte compromisso de trabalhar lado a lado para melhorar a vida das pessoas dos EUA e do Brasil e, como líderes regionais, das Américas.".Venezuela e a "não ingerência".O ministro dos Negócios Estrangeiros venezuelano, Jorge Arreaza, divulgou um comunicado no qual o presidente Nicolás Maduro felicita o povo do Brasil pela "celebração cívica da segunda volta" das presidenciais que elegeram Bolsonaro. Maduro partilhou a mensagem no Twitter.."O governo bolivariano aproveita a ocasião para exortar o novo presidente eleito do Brasil a retomar, como países vizinhos, o caminho das relações diplomáticas de respeito, harmonia, progresso e integração regional, pelo bem-estar dos nossos povos", lê-se no documento..O governo venezuelano ratifica ainda o seu compromisso de continuar a trabalhar com os brasileiros "na luta por um mundo mais justo, multicêntrico e pluripolar, no qual prevaleça a livre autodeterminação dos povos e a não ingerência nos assuntos internos"..Rússia e as "relações construtivas".O chefe de Estado russo, Vladimir Putin, felicitou Bolsonaro, a quem manifestou o seu desejo de desenvolver ainda mais as "relações construtivas" entre os dois países, divulgou o Kremlin..Num telegrama enviado a Bolsonaro, Putin referiu que "aprecia muito a experiência tão significativa de cooperação mutuamente benéfica para em vários campos no âmbito da associação estratégica"..O líder russo manifestou a sua "confiança no desenvolvimento de todo o tipo de relações russo-brasileiras, bem como na cooperação construtiva no marco das Nações Unidas, no G20, nos BRICS e outras organizações multilaterais na defesa do interesse dos povos da Rússia e do Brasil", referiu-se na nota do Kremlin..China.O governo chinês felicitou Bolsonaro pela eleição, apesar de na campanha o candidato do PSL ter retratado a China (o principal parceiro económico do Brasil, como um "predador" que queria dominar setores chave da economia e ter visitado Taiwan (foi o primeiro candidato presidencial brasileiro a visitar a ilha desde que o Brasil reconheceu Pequim como o único governo chinês sob a política de uma só China)..O porta-voz do ministério de Negócios Estrangeiros, Lu Kang, disse que a China está disposta a continuar a aprofundar a cooperação pelo benefício dos povos de ambos os países. "Desenvolver as relações China-Brasil reúne de facto amplo consenso em todos os setores nos dois países", indicou. Diplomatas chineses em Brasília reuniram-se duas vezes com os principais conselheiros de Bolsonaro nas últimas semanas..Comissão Europeia lembra "instituições sólidas".A Comissão Europeia disse hoje, numa primeira reação à vitória de Bolsonaro, esperar que o presidente eleito "trabalhe para consolidar a democracia", considerando que "o Brasil é um país democrático, com instituições sólidas"..Na conferência de imprensa diária do executivo comunitário, e perante várias questões sobre a eleição de um candidato da extrema-direita para a presidência do Brasil, a porta-voz Natasha Bertaud indicou que a posição oficial da União Europeia será conhecida em breve, numa carta de felicitações dirigida a Bolsonaro pelos presidentes da Comissão, Jean-Claude Juncker, e do Conselho Europeu, Donald Tusk, "tal como é prática comum", escusando-se "a especular" sobre o seu conteúdo.."Não quero antecipar o conteúdo de uma carta que ainda não foi assinada, pelo que não vou especular sobre o mesmo. Em termos gerais, o que posso dizer é que nós respeitamos a escolha democrática do povo brasileiro. O Brasil é um país democrático, com instituições sólidas, e nós esperamos de qualquer futuro Presidente do país que trabalhe para consolidar a democracia, em benefício do povo brasileiro", disse..Argentina e o "aprofundar dos vínculos"."Parabéns a Jair Bolsonaro pelo triunfo no Brasil! Desejo que trabalhemos em breve juntos para o relacionamento entre os nossos países e o bem-estar de argentinos e brasileiros", escreve o presidente argentino, Maurício Macri, no Twitter..O Ministério dos Negócios Estrangeiros argentino também partilhou nas redes sociais um comunicado com as felicitações a Bolsonaro, alegando que a eleição mostra a "fortaleza das instituições democráticas" e mostrou os desejos de aprofundar as relações. "Os fortes laços históricos de amizade e cooperação que unem os dois países fazem do Brasil um sócio estratégico indiscutível da Argentina, o que se reflete na variedade e relevância dos temas que compões a agenda comum", diz o texto.."Relação de irmandade" com a Colômbia."Parabéns a Bolsonaro, novo presidente do Brasil, eleito democraticamente. O nosso desejo para que esta nova etapa do país vizinho seja de bem-estar e união. Esperamos continuar a nossa relação de irmandade para fortalecer os vínculos políticos, comerciais e culturais", escreveu o presidente colombiano, Iván Duque no Twitter..Num comunicado, a diplomacia colombiana reiterou "a sua vontade de continuar a fortalecer os laços de amizade e cooperação entre as duas nações" e desejou a Boslonaro "sucesso" nas funções de presidente. "A relação estratégica entre a Colômbia e o Brasil caracterizou-se por uma bem-sucedida cooperação e estreitas relações bilaterais em termos de diálogo político, investimento e comércio, assim como por uma agenda diversificada de impacto positivo para os dois países", acrescenta..Chile convida Bolsonaro para uma visita.O presidente chileno, Sebastián Piñera, deu os parabéns aos brasileiros pela eleição "limpa e democrática" e a Bolsonaro "pelo seu grande triunfo eleitoral", numa mensagem no Twitter.."Convido-o a visitar o Chile e stou certo de que trabalhemos com vontade, força e visão de futuro a favor do bem-estar e da integração dos nossos povos", acrescentou..Peru e a "relação bilateral fraterna".O presidente peruano, Martin vizcarra, desejou sucesso a Bolsonaro e disse estar à "disposição para trabalhar em conjunto para aprofundar" a "relação bilateral fraterna" entre Peru e Brasil..Paraguai por "democracias mais sólidas".O presidente paraguaio, Mario Abdo Benítez, felicitou Bolsonaro pela eleição. "Queremos trabalhar juntos por democracias mais sólidas na região, com instituições fortes e procurando sempre a prosperidade dos nossos povos!", indicou no Twitter..OEA felicita "mensagem de verdade e paz".O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), o uruguaio Luis Almagro, felicitou Bolsonaro pela sua eleição e aplaudiu a sua "mensagem de verdade e paz".."Saudamos o povo brasileiro pela jornada eleitoral de hoje [domingo]. Felicitamos o presidente eleito, Jair Bolsonaro, e aplaudimos a sua mensagem de verdade e paz", disse, numa mensagem, o antigo ministro das Relações Exteriores do Uruguai, durante o Governo de José Mujica (esquerda, 2010-2015)..O secretário-geral da organização estendeu a mão ao mandatário eleito, a quem disse que poderá contar com "o compromisso" da OEA em "trabalhar de forma conjunta" pela democracia, os direitos humanos, a segurança e o desenvolvimento da região latino-americana.."O Brasil contará com Espanha".O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, disse no Twitter que "o povo brasileiro decidiu o seu futuro para os próximos anos" e que "os desafios serão enormes". O socialista indicou ainda que "o Brasil contará sempre com Espanha para conseguir uma América Latina mais igualitária e mais justa", e que "a esperança que há de iluminar as decisões de qualquer governante"..Itália diz que brasileiros "mandaram a esquerda para casa".O ministro do Interior italiano, Matteo Salvini, comemorou a vitória de Bolsonaro no Brasil, dizendo que "os cidadãos mandaram a esquerda para casa". O líder da Liga (extrema-direita) disse ainda que Bolsonaro fez um "bom trabalho" e reiterou que "a amizade entre os nossos povos e os nossos governos será agora mais forte", numa mensagem no Twitter..Noutra mensagem, disse que "depois de anos de conversa, vou pedir que envie a Itália o terrorista vermelho [Cesare] Battisti". Ex-militante de um grupo de extrema-esquerda classificado pela justiça italiana de terrorista, Battisti foi condenado à revelia em 1993, em Itália, a prisão perpétua por quatro homicídios e cumplicidade noutros crimes no final da década de 1970. Sempre defendeu a sua inocência e vive exilado no Brasil desde 2004, após 14 anos em França..Alemanha e a "boa cooperação".O Governo alemão mostrou-se disponível para manter a "boa cooperação com o Brasil" após a vitória de Bolsonaro, destacando que se trata de um país muito importante para a Alemanha.."O Brasil é o maior país da América Latina e um parceiro de grande relevância para a Alemanha", declarou o porta-voz do Governo, Steffen Seibert, mostrando-se cauteloso quanto a uma análise da vitória eleitoral de Bolsonaro..A chanceler ainda não felicitou Bolsonaro, respondeu Seibert depois de questionado sobre se Merkel já tinha contactado o presidente eleito e recordando que este assumirá o cargo em janeiro do próximo ano."Avaliaremos o novo Governo do presidente em função da sua atuação quando entrar em funções", insistiu..França e os "valores comuns".O presidente francês, Emmanuel Macron, felicitou Bolsonaro pela vitória e manifestou vontade de continuar a cooperação com o país "no respeito" pelos "princípios democráticos"..Em comunicado, a presidência francesa acrescentou que "a França e o Brasil têm uma parceria estratégica baseada nos valores comuns de respeito e de promoção dos princípios democráticos".."É no respeito por este valores que a França deseja continuar a sua cooperação com o Brasil", referiu-se no comunicado..Le Pen fala num castigo "à corrupção generalizada".A líder da extrema-direita francesa, Marine Le Pen, desejou hoje "boa sorte" ao presidente eleito do Brasil, sublinhando que Jair Bolsonaro terá de "restabelecer a situação económica, a segurança e democracia" do seu país.."Os brasileiros acabaram de castigar a corrupção generalizada e a criminalidade aterrorizante que prosperou durante os governos da extrema-esquerda", disse Le Pen, numa primeira mensagem na sua conta no Twitter sobre o resultado da eleição presidencial..Numa segunda mensagem, a presidente do Grupo Nacional (RN, ex-Frente Nacional) desejou "boa sorte ao presidente Bolsonaro", sublinhando que ele terá de "restabelecer a situação económica, de segurança e democrática muito comprometida do Brasil"..Ramos-Horta: "Brasil é o único que vai perder" se sair da ONU.O Brasil e os brasileiros serão os mais prejudicados se Bolsonaro concretizar as suas ameaças de abandonar a ONU e outros compromissos internacionais, disse à Lusa o ex-presidente timorense José Ramos-Horta.."Obviamente que quem vai perder mais e muito mais com a execução das ameaças e promessas de Bolsonaro será o Brasil. O Brasil não é os EUA e tem a sua dimensão limitada na América Latina", disse à agência Lusa, ressalvando que a sua opinião não representa o Estado ou o Governo timorense.."No cone da América Latina, as suas políticas podem afetar economicamente e socialmente os países vizinhos - o Brasil é sem dúvida maior economia da América Latina -, mas fora disso qualquer politica anti-multilateralismo, como abandonar a ONU ou recuar nos compromissos internacionais (...), o Brasil é o único que vai perder", disse..Atualizada às 13.30