1 – Marcar o passoSem eles não nos deslocávamos e basta que tenham uma pequena bolha ou ferimento para que nos sintamos desconfortáveis e com dores, para que caminhemos com dificuldade e alteremos a postura. E por vezes a compostura. Falamos dos pés, esses membros nobres que são amiúde mal cuidados. Até que um dia começam a marcar passo. 2 – Passos em falso Cada pé é composto por 26 ossos e 33 articulações – sim, além do tarso e do metatarso, da falange, da falanginha e da falangeta, muitos outros há – que trabalham em conjunto e de forma harmoniosa, o que nos permite calcorrear, em média, entre cinco mil e dez mil passos por dia. Uma longa marcha, pois tal significa que podemos dar várias voltas em redor da terra ao longo de toda a vida, conforme explica o livro Viver em Forma Todo o Ano, da Edideco. .3 – Higiene diáriaCom tanto esforço, é natural que os pés transpirem – pensa-se que cada pé produz cerca de trinta mililitros de suor por dia. O suficiente para não se descurar a lavagem e a higiene diária, incluindo as pregas da pele e os espaços entre os dedos. Depois de secos deve aplicar-se um creme gordo para hidratar a pele. Cuidados a ter preferencialmente à noite. .4 – Apertados ou à largaDurante o dia e antes de se calçar, lembre-se que os pés são os determinantes da boa postura corporal. Dentro do sapato, devem estar à vontade, nem demasiado apertados nem muito à larga. Os dedos devem sempre poder movimentar-se. Quanto aos saltos, devem respeitar a anatomia do pé, pelo que os sapatos com que andamos no dia-a-dia não devem ser totalmente rasos nem ter saltos com altura superior a cinco centímetros. Sapatos e botas com biqueira afiada e salto alto, sobretudo em forma de agulha, devem ser calçado de excepção. .5 – Prevenir o inchaçoApoiar os pés em calçado confortável e com uma boa base de apoio permite uma melhor distribuição do peso corporal e facilita o movimento das articulações dos dedos e das plantas dos pés – os movimentos decisivos para dar o passo que se segue. Estes cuidados previnem as cãibras, o edema (inchaço) dos pés e tornozelos e as dores na coluna. .6 – Sinais de alertaOs nossos pés ganharam a forma e constituição que têm há milhares de anos, quando o homem era nómada e andava descalço. Até por isso, se são amiúde aprisionados dentro de calçado inapropriado, reagem. Calosidades, joanetes, verrugas, comichões e bolhas devem ser encarados como sinais de alerta.As primeiras formam-se devido ao aumento da espessura das camadas da epiderme, que se inflamam depois de rasparem dias a fio em sapatos apertados. As calosidades aparecem quase sempre nas plantas dos pés ou nos calcanhares, e os calos sobre as articulações entre os dedos, onde a pele é macerada. .7 – Como tratarPara atenuar os incómodos e as dores pode mergulhar o pé em água quente, até que aquelas saliências fiquem moles. De seguida, esfregue-as suavemente com pedra-pomes, aplique um creme gordo e proteja a zona afectada com um penso especial (peça na farmácia ou no supermercado). Nunca corte os calos nem as calosidades porque há risco de vir a fazer uma infecção. Já o aparecimento de verrugas, pequenas elevações irregulares e arredondadas, de cor mais ou menos escura, deve-se à presença de um vírus. Podem aparecer em qualquer região do corpo e, nos pés, costumam surgir com maior frequência nas plantas, nos dedos ou mesmo debaixo das unhas. Podem ser extremamente dolorosas e embora na maioria dos casos se curem espontaneamente, há situações em que é necessário fazer tratamento com pomadas adequadas ou mesmo proceder à sua excisão (com anestesia local). 8 – Outros cuidadosSe sentir comichão nos pés, observe-os com muita atenção pois, geralmente, surge acompanhada por alterações na pele e pode indiciar uma infecção fúngica – o chamado pé-de-atleta –, que não se cura espontaneamente e pode até infectar terceiros. Cuidar dos pés é sempre fundamental e perante uma infecção a higiene deve ainda ser mais cuidada. Além da lavagem diária, seguida da aplicação dos cremes prescritos pelo médico, é conveniente mudar todos os dias de meias e de sapatos (devem ser arejados) e não frequentar piscinas. A água quente agrava as micoses e o risco de contagiar outras pessoas é elevado. Em casa, não deve partilhar as toalhas com outras pessoas.Sinais aparentemente menores nos pés, por exemplo, pequenas feridas que demoram a sarar ou têm uma coloração violeta, requerem uma atenção particular e uma ida ao médico quanto antes porque podem indiciar situações mais complicadas. É o caso da artrite nos membros inferiores e da diabetes, doenças graves e que exigem cuidados muito específicos, além de um tratamento médico adequado.