Crude passa 67 dólares em Nova Iorque

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O preço do barril de petróleo bateu ontem, pela quinto dia consecutivo, recordes históricos. Em Nova Iorque foi ultrapassada a barreira dos 67 dólares e em Londres, a praça de referência para os europeus, o brent chegou a ser negociado a 66,77 dólares. Às 19.30, porém, o barril tinha corrigiu para os 66,36 dólares (em Londres).

O receio de que a capacidade de produção de petróleo não vai ser suficiente para suprir as necessidades mundiais continua a impulsionar os preços dos contratos de crude nas grandes praças mundiais. A especulação é tão forte que em Londres o preço do barril chegou a ultrapassar um dólar.

Ontem sentiram-se novas interrupções no sistema de refinação dos Estados Unidos. Em Premcor, refinaria do Tennessee que produz diariamente 175 mil barris de petróleo, um corte de energia obrigou ao encerramento da unidade; e em ConocoPhillips's (Illinois), também se registaram perturbações no fornecimento. A sucessão de cortes afectou, por exemplo, diversas unidades do gigante petrolífero BP, que já anunciou que a sua produção não vai ser totalmente recuperada até ao fim do mês.

O número de perturbações a afectar refinarias norte-americanas já totaliza as 14 desde 20 de Julho, aumentando a especulação em torno da capacidade para aumentar a produção. A procura mundial, que deve crescer 2%, não está sequer a ser acompanhada pelos stocks de crude. Na realidade, as reservas petrolíferas estão 2% abaixo, comparativamente a 2004.

A tensão entre os Estados Unidos e o Irão também aguarda uma solução. Há dois dias, a Agência Internacional de Energia Atómica solicitou ao Irão que interrompesse o seu programa de enriquecimento de urânio, razão que contribuiu para a subida aos 66 dólares dos futuros do crude. Ontem, a mesma entidade anunciou estar a tomar medidas para que o programa - que o Irão tenciona manter - seja interrompido. A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) teme mesmo que a produção do Irão venha a ser afectada caso as Nações Unidas imponham sanções. Recorde-se que o Irão é o segundo maior produtor de petróleo da OPEP. Estes factores reforçam os receios dos investidores, já que esta escalada de preços pode vir a afectar o crescimento da economia dos EUA e da Europa. Só os Estados Unidos são responsáveis por 25% do consumo mundial de crude. Os preços do petróleo já subiram 53% desde o início do ano e 13% nas últimas quatro semanas.

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