A estagnação da economia, o aumento do preço dos combustíveis e do IVA (de 19% para 21 a meio do ano passado), bem como a perda de tráfego na rede da Brisa devido à abertura da auto-estrada sem portagem (scut) da Costa de Prata paralela à auto-estrada do Norte "afectaram o desempenho económico da Brisa em 2005", revelou ontem Vasco de Mello, CEO da Brisa , citado pelaReutersna apresentação das contas relativas ao exercício transacto. .Vasco de Mello adiantou que a entrada em funcionamento da scut da Costa de Prata teve um impacto negativo de 2,5% no volume total de tráfego da Brisa, enquanto a A13 contribuiu para uma quebra de 0,5%. As receitas de portagens acabaram por atingir 508,6 milhões de euros em 205, um decréscimo de 2,6% em relação ao ano anterior. A Brisa prevê que o tráfego médio diário cresça 1% este ano, contra uma descida de 4,2% o ano passado..A concessionária da rede de auto-estradas encerrou o exercício com um crescimento de 56% nos seus resultados líquidos, que totalizaram 297,8 milhões de euros, contra 191,1 milhões em 2004. Esta melhoria reflecte a contabilização da mais-valia da venda de 3% da participação financeira na Abertis (concessionária de auto-estradas espanhola) -a operação permitiu um encaixe de 379 milhões de euros e uma mais-valia de 214 milhões, revelou. A Brisa mantém na empresa espanhola uma posição accionista de apenas 1%. Os resultados de 2005 reflectem ainda uma provisão de 56 milhões de euros para a Oni (operadora de telecomunicações), onde a Brisa detém 17%, e a redução de um crédito fiscal de 68 milhões.. A contribuição da participada da Brisa no Brasil, a Companhia de Concessões Rodoviárias, para as contas foi de 29,3 milhões de euros, decorrente da melhoria dos seus resultados e da valorização do real face ao euro em 2005. As receitas totais da concessionária atingiram 577,4 milhões em 2005, das quais 508,6 milhões correspondem a portagens, contra 574,4 milhões em 2004, um decréscimo de 2,6%. Relativamente à estrutura de meios de pagamento das receitas de portagem, o sistema deVia Verde representou 55%, o pagamento através de cartões bancários 20% e o numerário 25%..No comunicado enviado à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários, a Brisa realça dois factores que diz terem registado impacto nas contas face ao exercício de 2004. Trata-se da aquisição da Tyco Engenharia, cuja fusão na Brisa Engenharia e Gestão foi concretizada no final de 2005. A integração da Iteuve Portugal em Julho do ano passado teve igualmente efeitos na demonstração de resultados. Estes movimentos de consolidação originaram um acréscimo nas receitas de 11,3 milhões de euros e de 9,4 milhões nos custos operacionais..A Brisa estima investir no decurso de 2006 mais de 630 milhões de euros, dos quais 200 milhões em novos lanços, 230 milhões na construção da Litoral Centro, cem milhões para alargamentos e reparações e cem milhões para outras obras, contra 374 milhões de euros em 2005, e aponta para um crescimento do EBITDA de 4% e das vendas operacionais de 5% este ano. C