Criança foge de ATL e afoga-se em piscina vizinha

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Um menino de dois anos morreu ontem afogado numa piscina pertencente a uma habitação anexa a um ATL de Carvide, concelho de Leiria. O acidente ocorreu logo após o almoço e quando os meios de socorro chegaram já a criança estava morta. No local esteve a Polícia Judiciária que tomou conta da investigação.

Na freguesia todos falam de caso de negligência e a população não compreende a razão de existir uma piscina num espaço frequentado por crianças do pré-escolar. No entanto, a Protecção Civil esclarece que a piscina pertencerá a um familiar da proprietária do ATL que mora numa vivenda contígua e que, alegadamente, esta se encontra separada por uma vedação.

Os moradores de Carvide mostram-se, contudo, solidários com as duas irmãs proprietárias do ATL Martibrinca, existente há oito anos e licenciado para acolher 20 crianças. O próprio presidente da Junta de Freguesia, Daniel Cavaleiro, diz que, durante estes anos, nunca recebeu qualquer queixa.

O alerta foi dado às 12.01. Daniel Filipe Pinto Carriço, residente em Barqueiro, Vieira de Leiria, teria acabado de almoçar e, sem ninguém se aperceber, terá aberto a porta que dá acesso ao pátio e daí caminhou até ao local onde se encontra a piscina. Desconhece-se quanto tempo esteve na água sem qualquer socorro. Do ATL ninguém se mostrou disponível para prestar esclarecimentos. A primeira ajuda recebida pela criança partiu de um bombeiro da corporação de Vieira de Leiria que vive ali perto e que tentou reanimar o menino até à chegada dos colegas. O corpo já tinha sido retirado da piscina e encontrava-se na zona da entrada do ATL.

"A verdade é que já nada havia a fazer porque o menino não apresentava sinais vitais. As manobras realizadas quer pelos bombeiros quer pela equipa da Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) não tiveram qualquer resultado", afirmou ao DN Rui Silva, segundo comandante dos Bombeiros de Vieira de Leiria. Este responsável não compreende também como é que um ATL pode ter crianças de tão tenra idade e possuir por perto uma piscina, um factor de insegurança.

A zona do acidente não primava também pela limpeza, encontrando-se degradada. O corpo do menino foi transportado, na companhia do pai, para o Hospital de Santo André, em Leiria. Daniel Filipe era filho único de um casal de Lisboa que há dois anos e meio reside em Vieira de Leiria.

Edmundo Martinho, presidente do Instituto da Segurança Social, explicou ao DN que o Centro Distrital já abriu um inquérito para apurar as circunstâncias em que ocorreu o incidente e "perceber se houve um falha no funcionamento do ATL", mas assegura que o espaço estava devidamente licenciado. Também a Protecção Civil vai analisar o acidente.

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