Crateras da lua são os locais mais frios do Sistema Solar

 Não recebem nunca luz solar e registam temperaturas de frio extremo. Mais precisamente, nunca passam dos 240º centígrados negativos. A sonda de reconhecimento lunar da NASA descobriu que crateras do satélite natural da Terra são mais frias do que a superfície de Plutão e terão também blocos de gelo de onde se pode retirar água, hidrogénio e oxigénio <br />
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Duzentos e quarenta graus centígrados negativos. Esta é a temperatura registada naquele que se julga ser o local mais frio do sistema solar. E ao contrário do que se pensava até agora, ele não se situa em Plutão, o agora renomeado planeta anão, que é o mais afastado do Sol. Encontra-se em crateras do pólo sul da Lua. A descoberta dos cientistas da NASA é ainda mais importante por demonstrar que neste sítio estarão blocos de gelo a partir dos quais seria possível retirar água, hidrogénio e oxigénio.

A revelação resulta do primeiro relatório enviado pela sonda de reconhecimento lunar (LRO, em inglês), lançada pela agência espacial americana para o espaço em Junho com a missão de fazer um mapa completo da Lua. E foi precisamente o instrumento encarregue de monitorizar a temperatura - um dos sete que a sonda transporta - que elucidou os cientistas. "A sonda registou temperaturas mínimas em partes destas crateras de 240ºC negativos. Estas temperaturas superfrias são, segundo o que conhecemos, das mais baixas que já foram medidas no sistema solar, incluindo na superfície de Plutão", confirma David Paige, o principal responsável pela criação daquele instrumento de medição .

O primeiro relatório da sonda de exploração lunar lança luz sobre uma dúvida que os cientistas tinham há décadas, a da existência destes locais que nunca recebem luz e que registam um frio extremo na Lua, e abre um amplo horizonte para futuras missões ao satélite natural da Terra. "A sua presença aumenta em grande escala a hipótese de haver água e outros compostos ali congelados", defende Ashwin Vasavada, do Laboratório de Propulsão a Jacto, da NASA.

Apesar da importância da descoberta da existência destes blocos de gelo com milhões de anos - que podem até dar indicações sobre a origem do próprio sistema solar - o cientista da NASA Richard Vondrak, que faz parte da equipa que recolhe informações desta missão, reconheceu ao New York Times que "ainda não se sabe as quantidades e a que profundidade está armazenado".

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