Para hoje ao final da manhã, esperava-se em Paredes de Coura (Alto Minho) a presença do primeiro-ministro, António Costa, e do ministro das Infraestruturas, João Galamba, para a inauguração oficial da nova estrada que liga o parque empresarial de Formariz à A3 (Porto-Valença), - já aberta ao trânsito desde 24 de março. A inauguração chegou a ser pensada para o início de abril. Depois para hoje. Não será desta..Costa regressou ao trabalho vindo das férias que iniciou em 26 de abril - mas hoje não tem prevista agenda pública. O seu silêncio face à "tempestade" surgida entretanto em torno de João Galamba tem sido alvo de duras críticas, nomeadamente à direita do PS, começando pelo PSD. Esta segunda-feira, porém, respondeu por escrito a perguntas do Observador sobre a intervenção do SIS para recuperar um computador portátil de serviço ao adjunto demitido por João Galamba.."O primeiro-ministro não foi nem tinha de ser informado. Nem tomou qualquer diligência. O ministério das Infraestruturas deu - e bem - o alerta pelo roubo de computador com documentos classificados. As autoridades agiram em conformidade no âmbito das suas competências legais.".Seja como for, hoje, ao contrário do que chegou a estar pensado, não fará a sua primeira aparição pública pós férias ao lado de um ministro que politicamente parece estar por um fio. Isso seria visto como um sinal de que estaria disposto a sustentá-lo no Governo, apesar de tudo. Provavelmente, não quer dar esse sinal. Nem nenhum outro. Ainda precisa de tempo. Para amanhã e depois estava previsto um "Governo + Próximo" no Minho (distrito de Braga) mas esta segunda-feira ainda não se sabia se o PM iria aparecer..Esta indefinição liga-se com o que o Presidente da República disse esta segunda-feira sobre conversas suas (que já decorreram) com o PM sobre o "caso Galamba". "Em determinados temas particularmente sensíveis o seu tratamento não é na praça pública, não é sob os holofotes da comunicação social. São tratados, vão sendo tratados até ao momento em que se vê que foram tratados", disse o PR. "As coisas sucedem, vão sucedendo e depois verifica-se que sucederam. Estes casos, normalmente, são discretos. São matérias muito sensíveis de Estado.".Depois deixou um aviso: "Sem boa economia é difícil haver boa política, mas pode haver alguma boa economia e isso não ser suficiente para haver boa política". Marcelo falava aos jornalistas no final da inauguração da exposição "Unidos Venceremos! Protesto, Greves e Sindicatos no Marcelismo", organizada pela Comissão das comemorações 50 anos do 25 de Abril de 1974 e pela Ephemera..Esta segunda-feira, Frederico Pinheiro, o adjunto que Galamba demitiu - e que acusa o ministro de ter querido sonegar informação à Comissão Parlamentar de Inquérito à TAP, dizendo também que houve mesmo uma reunião de combinação de testemunho com a ex CEO da TAP, Christine Ourmières-Widener, antes desta ir depor no Parlamento - afirmou a sua "total disponibilidade" para testemunhar perante os deputados (o que o PSD e o Chega já tinham requerido). Um depoimento cujo efeito explosivo o Governo só poderá atenuar de uma forma: deixando João Galamba de ser ministro..joao.p.henriques@dn.pt