Começou o julgamento dos quatro suspeitos de terrorismo

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Começou hoje no Supremo Tribunal de Dusseldorf o julgamento de quatro suspeitos de planear atentados à bomba em várias cidades da Alemanha, sobretudo contra cidadãos norte-americanos, mega-processo que deverá durar dois anos.

A polícia, presente em força em redor do edifício do tribunal, controlou rigorosamente as entradas na sala de audiências, situada numa ala de alta segurança do tribunal.

O Ministério Público Federal acusa Fritz Gelowicz und Daniel Schneider, dois alemães convertidos ao Islão, o germano-turco Attila Selek und, o cidadão turco Adem Yilmaz, nomeadamente, de filiação em grupo terrorista, preparação de um atentado bombista e conluio para homicídio.

Os quatro indivíduos, que alegadamente são membros de uma célula na Al Qaida, a Islamic Jihad Union (IJU), terão planeado atentados com explosivos de alta potência, a colocar em carros armadilhados.

As bombas deveriam rebentar em várias cidades alemãs, sobretudo junto a locais públicos frequentados por cidadãos norte-americanos, como bares, discotecas e aeroportos.

A intenção dos arguidos, segundo a acusação, era matar o maior número possível de pessoas, e fazer coincidir os atentados, que deveriam decorrer quase em simultâneo, com a votação no Parlamento para prorrogar o mandato dos soldados alemães no Afeganistão, incluídos em missão da NATO.

Schneider é também acusado de tentativa de homicídio, por ter disparado sobre um polícia, que ficou ileso, quando tentou escapar à sua detenção, em Setembro de 2007, numa casa de férias da região de Sauerland (Oeste da Alemanha).

Na ocasião foram também detidos Yilmaz e Gelowicz, e Selek seria detido em Novembro, em Konya, na Turquia, e extraditado para a Alemanha, um ano mais tarde.

Depois de terem frequentado campos de instrução para terroristas no Paquistão, os suspeitos regressaram à Alemanha para levar a cabo os atentados, refere ainda o Ministério Público.

Os preparativos começaram em Dezembro de 2006, altura em que Gelowicz, que é considerado o "cérebro" do grupo, comprou doze recipientes com 730 quilos de uma solução explosiva, que guardou numa garagem.

Os serviços secretos e a polícia seguiram de perto, praticamente desde o início, as actividades dos suspeitos, que também se aperceberam repetidas vezes de que eram observados, mas mantiveram os seus intentos, segundo as autoridades.

Em espectacular acção, a polícia logrou trocar a substância explosiva guardada nos barris por outra inofensiva, sem que os suspeitos se tenham apercebido, para excluir qualquer risco para a população.

De acordo com observadores, o julgamento será complexo, e a culpa dos arguidos difícil de provar, perlo menos parcialmente, mas todos eles podem incorrer em penas de prisão entre 10 anos e a pena máxima, 15 anos.

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