Coca-Cola prepara entrada no mercado dos sumos e néctares

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A Coca-Cola prepara-se para, "a curto prazo", entrar no mercado dos sumos e dos néctares, seja através de marcas próprias ou por via de aquisições. Em entrevista ao DN, Juan Manuel Morales, director-geral da Coca-Cola Portugal, frisou que a empresa é "especialista em criar marcas, mas está atenta e aberta a oportunidades de aquisições que surjam neste mercado".

Depois de perder a corrida à compra da Compal, sobre a qual o responsável se escusou a fazer qualquer comentário, a Coca-Cola reafirma o interesse naquele segmento, um dos que mais tem crescido nos últimos anos no mercado das bebidas sem gás.

Outro dos segmentos com o mesmo comportamento, e no qual a Coca-Cola está de olho, é o das águas. "Entrámos recentemente no mercado com a Aquabona, uma marca que queremos desenvolver ao longo do ano", sustenta Juan Manuel Morales. O produto, de origem espanhola, tem um logótipo adaptado a Portugal, utilizando as cores da bandeira nacional.

Mas, "mais do que uma imagem portuguesa, a Coca-Cola gostaria de ter uma água nacional e vamos tentar adquiri-la no futuro. Por enquanto, temos uma espanhola de qualidade e acreditamos que o consumidor a vai reconhecer".

O director-geral da Coca-Cola Portugal admitiu, contudo, que "a categoria das águas é grande, mas muito competitiva".

Quanto aos restantes produtos do portfólio da empresa, "conseguimos colocar em 2005 quatro marcas no top ten das bebidas mais consumidas. Em primeiro lugar está a Coca-Cola, em quinto a Fanta, em nono o Nestea e em décimo a Coca- -Cola light".

E mesmo o produto nobre da empresa tem potencial de crescimento. "O consumo per capita de Coca-Cola em Portugal é inferior em 15% ou 20% à média europeia. Acreditamos que a marca pode ter mais peso."

Quanto ao comportamento das vendas, verificou-se uma queda de 1% em 2005, para 232 milhões de litros, "face a uma redução 5% no mercado das bebidas refrigeradas com gás".

Para este ano, a Coca-Cola tem objectivos ambiciosos: passar da queda para uma subida de 8%. "Penso que o próprio mercado também vai ter uma evolução positiva, com um aumento de 2% a 3% nas bebidas com gás".

Para atingir o crescimento previsto, a empresa delineou um plano estratégico a dez anos. "Vamos reforçar a imagem das nossas marcas e entrar em novos segmentos. Por outro lado, atingimos a excelência de mercado no engarrafamento e vamos apostar na melhoria da distribuição e serviço a clientes".

A Coca-Cola Portugal acaba de criar um novo departamento, ligado ao market excelence. "Aumentámos o investimento em recursos humanos e marketing e este é um dos resultados", destacou Juan Morales.

A equipa é liderada por Solange Farinha, antiga directora-geral da Gillette Portugal. Fazem também parte do departamento Jorge Gresa, Pedro Trigo dos Santos e Nuno Alexandre.

A fábrica da Refrige, concessionária que produz, comercializa e distribui, em exclusivo, as marcas registadas da The Coca-Cola Company em Portugal foi alvo de um investimento de 55 milhões de euros nos últimos seis anos. Na unidade foi implementado um projecto de "modernização, racionalização e flexibilização". A fábrica produz actualmente 230 milhões de litros, praticamente a totalidade do consumo no mercado nacional. C

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