No caso do Airbus A330 da Air France do voo AF447, que desapareceu hoje sobre o Atlântico quando voava do Rio de Janeiro para Paris, não era preocupante que tivesse desaparecido dos radares brasileiros ao afastar-se das costas da América do Sul, o problema foi não ter dado informações depois, como previsto, explicou à agência noticiosa francesa AFP Stéphane Durand, secretário-geral do sindicato francês dos controladores de tráfego aéreo. ."As terras estão cobertas de inumeráveis radares, cujas zonas de cobertura se tocam e os aviões passam de uma para outra", indicou. "São como ecrãs de televisão com pequenos pontos codificados, cada um representando um avião, mas o alcance dos radares é limitado, à volta dos 500 quilómetros. Além disso no centro do Atlântico não há contacto possível através do radar. São zonas brancas", explicou..Durand adiantou que naquelas situações, para saber onde estão os aviões existem os designados "pontos de informação" em que "a todas as meias-horas ou todas as horas o avião envia um sinal por rádio HF ou pelo que chamamos uma "ementa" que é uma espécie de SMS aeronáutico".."Assim, ele (o avião) indica-nos onde está, o que nos permite recalcular a sua rota e a sua posição", disse.."Quando o avião não envia os seus pontos de informação como previsto é quando se iniciam os procedimentos de alerta", precisou Durand, acrescentando que "foi sem qualquer dúvida o que se passou esta manhã"..Jean-Paul Armangaud, secretário nacional da União Sindical da Aviação Civil (USAC), adiantou que "num voo transatlântico para norte, a falha na cobertura do radar não deve durar mais de uma hora e meia, duas horas. No transatlântico Sul, cerca de três ou quatro horas".."Existe um sistema de acompanhamento por satélite, mas ainda não é em tempo real", prosseguiu. "É utilizado para enviar todas as horas os pontos de informação", disse.."Se um avião falha um primeiro ponto de informação, começamos a ficar preocupados... Se falha o segundo, sabemos que houve alguma coisa e damos início ao auxílio. Partimos da última posição conhecida e estabelecemos áreas de busca", explicou Armangaud.