"A partir da janela de transferências do verão de 2017, será cobrado aos clubes em situação de prejuízo uma taxa de acerto pela contração de estrangeiros", referiu a Associação em comunicado..A taxa vai corresponder ao montante gasto na transferência, valor que será então investido na Fundação para o Desenvolvimento do Futebol na China, visando a "formação de jovens jogadores e ações de caridade", indicou o comunicado..Na prática, os novos regulamentos dobram os custos com a contratação de jogadores estrangeiros, visto que todos os dezasseis clubes que competem na superliga chinesa de futebol apresentam resultados financeiros negativos..A ACF justificou a medida com a necessidade de "limitar os clubes profissionais de procurarem resultados a curto prazo" e "tentarem cegamente bater os gastos com contratações uns dos outros"..No ano passado, os clubes chineses bateram o recorde da transferência mais cara de sempre na Ásia por cinco vezes, culminado com a contratação do médio brasileiro Óscar, por 60 milhões de euros, pelo Shanghai SIPG, equipa orientada pelo português André Villas-Boas..A ACF proibiu ainda "rigorosamente" a assinatura de contratos 'yin-yang', de acordo com a mesma nota..O termo é usado na China para descrever um fenómeno comum no mercado imobiliário, onde um contrato é produzido para declarar às autoridades fiscais, enquanto o preço real é combinado entre o comprador e o vendedor. .Jackson Martínez, antigo jogador do FC Porto, ou Ramires e Axel Witsel, que já alinharam pelo Benfica, são alguns dos nomes que rumaram à China no ano passado..No SIPG está ainda o antigo jogador do FC Porto Hulk, que custou 55 milhões de euros - o segundo mais caro de sempre no país - e o defesa português Ricardo Carvalho..Já o avançado argentino Carlos Tevez, que rumou aos chineses do Shanghai Shenhua, passou a ser o jogador mais bem pago do mundo, ao assinar um contrato de dois anos de 80 milhões de euros..Empresas chinesas compraram também participações em alguns grandes clubes europeus, como o Atlético de Madrid ou os 'gigantes' de Milão..As autoridades temem agora que o fluxo de jogadores estrangeiros reduza as oportunidades para o desenvolvimento dos futebolistas chineses, enquanto propicia a saída de capitais do país, que nos últimos anos atingiu valores recordes. .Segunda maior economia mundial, a seguir aos Estados Unidos, a China figura em 82.º no 'ranking' da FIFA, atrás de muitas pequenas nações em desenvolvimento..No ano passado, Pequim anunciou um "plano de reforma do futebol" que prevê, entre outros pontos, a abertura de 20.000 escolas de futebol até 2020 e que "mais de 30 milhões de estudantes do ensino primário e secundário pratiquem com frequência a modalidade"..O referido plano, aprovado pela Comissão Nacional de Reforma e Desenvolvimento, o organismo máximo chinês encarregado da planificação económica, estabelece como meta colocar a seleção chinesa entre "as melhores equipas do mundo até 2050".