China autorizou visita de médico sueco ao editor Gui Minhai

A China autorizou hoje que um médico sueco examinasse o editor sueco de origem chinesa Gui Minhai, detido no início do ano quando viajava com diplomatas do seu país, anunciou a ministra dos Negócios Estrangeiros do país nórdico.
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"Na segunda-feira 13 de agosto, uma equipa médica sueca pode visitar o cidadão sueco detido Gui Minhai. Foi bom", declarou Margot Wallstrom num comunicado enviado à agência France Presse.

Gui Minhai, 54 anos, editor e livreiro, que vendeu em Hong Kong obras que ridicularizavam o regime comunista, foi detido a 20 de janeiro por polícias chineses quando seguia com dois diplomatas suecos num comboio para Pequim, onde tinha marcada uma consulta.

O editor pretendia consultar um especialista sueco, temendo ter esclerose lateral amiotrófica.

Wallstrom, que não deu informações sobre o estado de saúde de Gui Minhai, nem pormenores sobre a visita da equipa médica, reiterou o pedido de libertação do editor.

"Gui Minhai deve ser libertado e autorizado a juntar-se à sua família", declarou, adiantando que a Suécia prossegue o seu "trabalho intensivo" com esse objetivo.

A União Europeia também já pediu às autoridades chinesas que libertem Gui Minhai, assim como dezenas de ativistas e defensores dos direitos humanos sob custódia.

Gui já tinha desaparecido em 2015 quando passava férias na Tailândia, antes de reaparecer num centro de detenção chinês e "confessar" o seu envolvimento num acidente rodoviário ocorrido vários anos antes.

Após o segundo desaparecimento, Gui apareceu numa entrevista em vídeo, divulgada em fevereiro, confessando os seus erros e acusando o país adotivo - a Suécia -- de o manipular como "um peão".

A repressão aumentou na China desde que o Presidente Xi Jinping assumiu o cargo em 2012, com a detenção de centenas de advogados e ativistas.

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