Centrais sindicais marcam greve geral para 29 de março

Confederações acusam Governo de Mariano Rajoy de prosseguir as políticas do anterior Executivo socialista, de Rodriguez Zapatero.
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Os responsáveis das duas maiores centrais sindicais espanholas, Ignacio Fernández Toxo (CCOO) e Cándido Méndez (UGT), anunciaram hoje a convocatória de uma greve geral para 29 de março em contestação à reforma laboral "mais regressiva da história".

"Já não se pode afirmar que esta reforma laboral venha a gerar emprego. É a reforma laboral mais regressiva da história da democracia em Espanha", afirmou Fernández Toxo, secretário-geral das Comissões Operárias (CCOO), criticando o Executivo espanhol por não ter dialogado com os sindicatos.

Os dois líderes sindicais apresentaram, em conferência de imprensa conjunta, a convocatória da greve geral, que surge depois de manifestações em dezenas de cidades espanholas em fevereiro. Mais protestos foram convocados para este domingo contra a reforma laboral.

Para Fernández Toxo, a greve geral de 24 horas "é o resultado inevitável de um processo desencadeado pelo Governo com a reforma do estatuto dos trabalhadores, pela via de um real decreto-lei, ontem [quinta-feira] validado pelo Congresso de Deputados".

O responsável das CCOO remeteu as responsabilidades finais da greve para o Governo de Mariano Rajoy, considerando que a "inevitabilidade da greve é provocada" pelo Executivo.

Cándido Méndez, da União Geral dos Trabalhadores (UGT), afirmou que a decisão de convocar uma greve geral "é difícil", mas que a paralisação "é justa e necessária".

"É uma reforma que tem o despedimento como fim, como meio e como eixo, modificando as condições gerais das relações laborais. Inicia um caminho perigoso", afirmou Méndez.

Antes, numa declaração conjunta, as duas centrais sindicais consideraram que nunca um Governo fez tanto em tão pouco tempo para "acabar com a arquitetura social e laboral", iniciada em Espanha em 1977 e consagrada na Constituição.

A nota considerou que o Partido Popular (PP, no Governo) em vez de corrigir as políticas fracassadas do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) optou por insistir e aprofundar esses erros.

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