Castro revela que pediu ajuda a Gorbachev na guerra angolana

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Cuba. As memória do líder da revolução

Intervenção cubana em Angola durou entre 1975 e 1991

O antigo presidente soviético Mikhail Gorbachev interveio num momento decisivo da guerra em Angola, quando a força expedicionária cubana necessitou de ajuda da URSS, no auge da batalha do Cuíto Canavale, no Outono de 1987. Esta revelação consta de um artigo de Fidel Castro sobre a campanha militar, que Cuba trata como sendo uma grande vitória das suas forças, tese contestada em outras versões.

O artigo do ex-presidente cubano (de 82 anos, e que se afastou da liderança em Fevereiro) pode ser lido na íntegra numa publicação digital cubana, cubadebate. O texto comenta um livro que relata uma fase da guerra civil de Angola que incluiu a presença de 40 mil "combatentes internacionalistas cubanos". No essencial, Castro critica a estratégia usada pelos conselheiros soviéticos e elogia o heroísmo dos soldados cubanos.

Para Castro, a batalha do Cuíto Canavale, contra a UNITA e sul-africanos, marca o "fim do apartheid", pois "não existia nada capaz de superar o heroísmo desinteressado dos combatentes internacionalistas".

Na sua versão, Castro refere que as tropas cubano-angolanas tinham poucos aviões MIG-23. "A URSS ainda existia. Foi o país que mais se solidarizou com Cuba. Gorbachev tinha ascendido à máxima direcção do Partido e do Estado. Enviei-lhe uma mensagem pessoal solicitando com urgência 12 aviões de combate MIG--23 adicionais. Respondeu positivamente." Existe, no texto, uma referência inédita ao receio que os cubanos tiveram de ser utilizada pelos sul-africanos uma das sete armas nucleares que este país possuía.

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