Os funcionários apresentaram-se esta tarde nas instalações do casino, para dar sequência à sentença judicial que considerou, a 07 de janeiro, que o processo de despedimento foi ilícito, mas viram a intenção ser travada pela empresa.."A sentença ainda não transitou em julgado, porque está pendente de um recurso. Quando transitar em julgado a empresa acatará a decisão com todos os efeitos que advenham na mesma", explicou num curto comunicado Susana Saraiva, diretora de marketing da Varzim Sol, empresa que tem a concessão do casino nortenho..A acompanhar esta ação esteve Francisco Figueiredo, do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Norte, que considerou esta atitude da Varzim Sol "uma afronta aos trabalhadores, ao tribunal e à sociedade poveira".."É uma manifestação de insensibilidade social, que visa vergar os trabalhadores pela fome para fazer acordos miseráveis. Representa uma tentativa de manter um clima de intimidação e medo no Casino da Póvoa", disse o sindicalista..Francisco Figueiredo confessou que não ficou surpreendido pela postura da empresa, mas considerou que "nada impedia que a Varzim Sol reintegrasse os trabalhadores, mesmo que pudesse recorrer da sentença".."Não há motivo para o despedimento e os peritos do tribunal disseram isso mesmo. Esta sentença muito dificilmente será revertida pelo Tribunal da Relação. A empresa sabe disso, mas pretende eternizar o problema para ver se leva os trabalhadores a fazerem acordos miseráveis", completou o representante do sindicato..Já os trabalhadores garantiram que não vão desistir de recuperar os postos de trabalho, embora confessando-se desiludidos com a atitude da empresa.."Estamos a cumprir o nosso dever após receber a sentença do tribunal. Estamos com vontade de regressar ao trabalho depois de cinco anos de desemprego de longa dureção", confessou Monika Varga, que desempenhava funções de assistente de marketing..A funcionário partilhou que tem sido muito difícil arranjar um novo emprego com a mesmas condições que lhe eram oferecidas no Casino, lembrando que no seu percurso profissional na empresa tentou valorizar-se.."Passamos por várias posições dentro do casino, acumulando experiência. No meu caso, trabalhei nos bares, nas caixas, fiz um curso de mandarim para atender os clientes chineses e tirei uma licenciatura em design gráfico para trabalhar no marketing. Demos tudo para acrescentar valor à empresa, mas isso não foi valorizado", partilhou..No passado dia 07 janeiro, o Tribunal de Trabalho de Barcelos considerou "ilícito o processo de despedimento", condenando a empresa a reintegrar todos os trabalhadores e a pagar as retribuições que estes perderam..O Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Norte considerou que "os trabalhadores sempre defenderam a ilicitude do despedimento", calculando que a "Varzim Sol lhes deva mais de 2 milhões de euros, entre salários e demais retribuições perdidas, gratificações não recebidas, acrescidos de 15 mil euros por danos morais".