Cartão de créditovai pagar cirurgias no privado até 60 meses

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Um tratamento de infertilidade, no sector privado pode custar, em média, 3500 euros. Um valor elevado para muitos casais, o que os obriga a esperar meses para terem resposta no público. Perante as dificuldades de resposta dos hospitais nesta e noutras áreas - e com o objectivo de angariar mais clientes - a Caixa Geral de Depósitos (CGD) e a Hospitais Privados de Portugal lançaram um novo cartão de crédito que permite pagar uma operação, tratamentos dentários e outros serviços de saúde até 60 meses, com uma taxa de juro reduzida.

O novo produto, que foi ontem anunciado, vai permitir que portugueses inférteis paguem, por exemplo, 58 euros durante 60 meses por um tratamento, que o grupo oferece na unidade dos Lusíadas. João Silva Carvalho, presidente do Colégio de Ginecologia e Obstetrícia Ordem dos Médicos, aplaude a novidade. "Poderá garantir que os casais deixem de adiar os tratamentos", refere, embora considere que a taxa de juro de 9% "ainda é elevada" . Os clientes que aderirem podem também obter descontos entre os 10% e os 20% em todas as cirurgias, consultas e exames.

O objectivo é captar e fidelizar doentes, permitindo-lhes acesso a cuidados mais personalizados e rápidos no sector privado. Numa altura em que os portugueses ainda suportam 24% dos custos de saúde directamente, "os utilizadores vão ter acesso gratuito a rastreios trimestrais em áreas como o tabagismo, obesidade e doenças cardiovasculares", refere Rui Mendes, director central da Direcção de Meios de Pagamento da CGD.

Juntando pontos dentro e fora da rede hospitalar, utentes podem ter acesso gratuito a um check up anual. Em qualquer circunstância, um cliente tem direito a desconto de 10% nos actos médicos e meios de diagnóstico. Se juntar entre 500 e quatro mil, sobe a 15%. Acima disso, paga-se menos 20%.

O cartão HPP Saúde pode ser usado nas cinco unidades do grupo e "na rede espanhola USP Hospitales", com quem o grupo tem parcerias, segundo Rui Mendes. Ao todo são, para já, 37 unidades . De fora está o Hospital de Cascais, apenas para doentes do público.

Jorge Morgado, administrador dos HPP, admite que "a rede de parceiros será alargada, com mais unidades e serviços diferentes dos que existem no universo HPP". É o caso, por exemplo, "de acesso a SPA". O objectivo é captar 12 mil utilizadores em 2009.

A administração não sabe qual será o aumento de clientes nos HPP, mas diz ser essencial "aumentar a fidelização, porque há muitos utilizadores de seguros que circulam entre unidades de vários grupos privados, consoante a especialida- de", refere Guilherme Victorino, director de marketing e comunicação.

O cartão pode ser usado como documento de identificação nos HPP, com vertente bancária activável, ou ainda como cartão de crédito, com uma taxa de juro de 9%, se utilizado na rede HPP, ou de 20,75% fora dela. Os plafonds são negociados e o cartão principal custa 35 euros/ano e 20 para o resto da família.

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