O deputado socialista Carlos Pereira, que foi relator de uma comissão de inquérito à Caixa Geral de Depósitos (CGD) e que anunciou esta quinta-feira saída da comissão parlamentar de inquérito à TAP, negou esta sexta-feira que o banco público lhe perdoou 66 mil euros no pagamento de crédito a empresa da era avalista.."É falso que tenha havido um perdão e uma incompatibilidade na minha participação na comissão de inquérito na CGD. É uma acusação grave", frisou o deputado na Assembleia da República.."A dívida não era minha, eu era avalista", salienta que Carlos Pereira, antes de explicar a sua versão dos factos: "Entre 2016 e 2021 foram diligenciados esforços junto do banco para a resolução do contencioso. Os avalistas fizeram um esforço junto dos advogados do banco para que a dívida fosse paga, mas o banco a meio da litigância foi para confronto judicial. O banco não concedeu qualquer perdão de dívida e valor da dívida é estabelecido retirando juros prescritos e juros que decorrem da inação da CGD quando os avalistas quiseram comprar a dívida. Os valores operados têm base legal e os avalistas estão a pagar."."Eu não tinha qualquer dívida. Um avalista não é o dono da dívida. Há uma natureza do aval", reforçou, quando questionado por um jornalista..Ainda assim, Carlos Pereira diz que sai da comissão de inquérito porque "é importante para devolver tranquilidade à comissão". "Os deputados têm de estar tranquilos e confortáveis para questionar, inquirir e tirar as devidas conclusões. Que se acabe com o clima de suspeição e insinuação que tem norteado a comissão parlamentar de inquérito", salientou..Questionado sobre se tem condições para continuar como vice-presidente da bancada do PS, o deputado remeteu a resposta para o líder parlamentar, Eurico Brilhante Dias, que por sua vez não se quis pronunciar.