A capital da Coreia do Sul, Seul, é a próxima cidade a receber a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), em 2027, anunciou este domingo o Papa.."A próxima Jornada Mundial da Juventude terá lugar na Ásia, será na Coreia do sul, em Seul. E assim, em 2027, desde a fronteira ocidental da Europa, passa para o extremo oriente, um bonito símbolo da universalidade da igreja, o sonho de unidade de que vocês são testemunho", afirmou o Papa..O anúncio foi feito em Lisboa, no final da missa de encerramento da JMJ no Parque Tejo, após Francisco convidar também os jovens para participarem, em 2025, no Jubileu dos Jovens em Roma..A grande bandeira que foram acenando ao longo da missa identificava o grupo de mais de uma centena de sul-coreanos, mas no momento em que o Papa Francisco anunciou o país que irá receber a próxima JMJ, foi sobretudo o barulho da sua celebração que revelou onde estavam.."Coreia, Coreia, Coreia", gritavam entre aplausos, apesar de já desconfiarem que poderiam ser a próxima escolha do líder da Igreja Católica.."Havia rumores de que poderia ser na Coreia do Sul e confirmou-se. Estamos muito felizes", contou um dos líderes do grupo, admitindo que as dezenas de jornalistas que durante a missa o filmavam e aos colegas "denunciaram, de certa forma", a escolha do Papa..Logo no sábado, muitos grupos de peregrinos sul-coreanos estenderam os sacos-cama junto às barreiras que delimitam os setores destinados aos peregrinos e hoje, munidos de aparelhos de tradução e com uma vista privilegiada para o altar-palco, ouviram o anúncio de que o seu país iria receber a próxima Jornada Mundial da Juventude.."Sinto-me muito entusiasmado e estou certo de que a nossa Igreja fará um ótimo trabalho", disse Matthias (nome católico), antecipando que a próxima Jornada será diferente daquela que termina hoje em Lisboa, porque a cultura sul-coreana é muito distinta da europeia. "Mas sei que vai ser divertido na mesma e espero que muitos europeus também venham", acrescentou..Depois de o Papa Francisco ter anunciado que Seul irá receber a próxima edição da JMJ, jovens sul-coreanos subiram felizes para o palco do Parque Tejo com bandeiras da Coreia do Sul..Há 50 anos, os católicos representavam apenas cerca de 1% da população da Coreia do Sul. Hoje, representam 10% dos 50 milhões de habitantes daquele país e as estatísticas do Vaticano mostram que são batizados todos os anos cerca de 100 mil sul-coreanos..Os festivais religiosos ocorrem habitualmente em agosto, o mês mais quente na Coreia do Sul..A JMJ surgiu da iniciativa do Papa João Paulo II em 1985 (Ano Internacional da Juventude) e a primeira JMJ ocorreu no ano seguinte em Roma, Itália..O anúncio da escolha de Lisboa foi feito em 27 de janeiro de 2019, na missa de encerramento da JMJ na Cidade do Panamá..O padre sul-coreano Joohyun Lee manifestou-se este domingo muito satisfeito com a escolha do seu país para acolher a próxima Jornada Mundial da Juventude, sublinhando que a Igreja Católica está a crescer na Ásia e, sobretudo, na Coreia do Sul.."Na Coreia do Sul, a Igreja Católica é muito jovem, mas cada vez mais jovens sul-coreanos partilham a fé católica, por isso, é muito importante para nós receber" a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), disse aos jornalistas no centro de imprensa do Parque Tejo, em Lisboa, onde foi recebido com aplausos dos jornalistas.."Há muito tempo, recebíamos missionários da Europa e do Norte da América, mas agora nós próprios enviamos missionários coreanos para o mundo e muitos jovens vieram a Portugal para participar", sublinhou, explicando que participaram cerca de mil sul coreanos na Jornada..Desde 2016, em Cracóvia, na Polónia, que Joohyun Lee colabora como voluntário na JMJ. Este ano viajou até Lisboa para repetir a experiência, mas, desta vez, deixa Portugal com a satisfação de saber que, para a próxima, será ele a receber milhares de jovens no seu país.."Agora convido todos os jovens do mundo a irem a Seul", disse o jovem padre, admitindo que recebeu a notícia com grande surpresa e felicidade..O arcebispo sul-coreano Peter Soon Taek expressou este domingo uma "profunda gratidão" ao Papa por designar Seul como o próximo anfitrião da Jornada Mundial da Juventude, reconhecendo que é "um país que precisa de evangelização", onde apenas 10% são católicos..O Papa Francisco anunciou este domingo no final da missa de encerramento da JMJ, no Parque Tejo, em Lisboa, que a capital da Coreia do Sul, Seul, será a próxima cidade a receber o maior evento da juventude católica em 2027..Um anúncio que foi recebido com "profunda gratidão" e com "alegria e honra" conforme afirmou em conferência de imprensa Peter Cjang Soon Taek, da delegação da Coreia do Sul que marcou presença na Jornada Mundial da Juventude 2023, que terminou este domingo e que teve a participação de cerca de 1,5 milhões de pessoas, segundo a Santa Sé.."Os nossos corações estão cheios de alegria e honra, pois esperamos que os jovens de todo o mundo se reúnam em Seul e na Coreia do Sul em resposta ao apelo do Santo Padre", disse o arcebispo, estendendo o seu "profundo apreço ao Comité Organizador da JMJ Lisboa 2023, por criar um evento que promove a fraternidade, a amizade e o dinamismo"..Questionado na conferência de imprensa no centrio de imprensa, no Pavilhão Carlos Lopes, em Lisboa, se a escolha de Seul foi uma "chapada de luva branca" do Papa Francisco por ser um país com poucos católicos, o arcebispo reconheceu que "é um país que precisa de evangelização".."Temos 50 milhões de habitantes, mas apenas 10% são católicos. Ainda precisamos de evangelização é certo, mas eu acredito que a Jornada Mundial da Juventude 2027 é uma oportunidade para os católicos se amadurecerem na fé católica e (...) é também um boa oportunidade para a Coreia do Sul partilhar a sua cultura e a sua diversidade cultural com o mundo e, através da espiritualidade e da unidade da JMJ queremos partilhar a experiências que têm os filhos e as filhas de Deus", declarou..Na sua intervenção inicial, Peter Soon Taek sublinhou que, "como ficou patente nos encontros anteriores, a JMJ não é apenas um evento católico".."É uma celebração global e uma plataforma para encontros inter-religiosos. A JMJ transcende crenças e ideologias específicas, convidando todos os indivíduos de boa vontade para se juntarem e partilharem a comunhão. Por conseguinte, a JMJ é um evento que beneficia a todos, promovendo a fraternidade, a espiritualidade, a coesão social e a prosperidade económica", salientou..O arcebispo disse ainda que se comprometerem a manter "o espírito universal espírito universal da JMJ" das edições anteriores, apontando como principal objetivo "promover conexões significativas e inaugurar ganhos sociais e económicos substanciais e económicos para os jovens de todo o mundo".."Sendo a terceira JMJ a ter lugar na Ásia, depois das Filipinas [único país asiático com maioria católica] e da Austrália, a JMJ 2027 em Seul aspira a tornar-se um farol radiante de unidade, abraçando a rica cultura da Ásia Oriental", vincou, reconhecendo "os imensos preparativos necessários para acolher a multidão de jovens de todos os cantos do mundo".