Cão sem vacinas nem 'chip' morde mulher durante dez minutos

'Pitbull' solto na rua atacou uma mulher de 49 anos e arrancou-lhe pedaços de carne da perna.
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Uma mulher de 49 anos foi mordida, ontem, pelas 09.50, numa perna e num braço durante cerca de "dez minutos" por um cão de raça pitbull sem vacinas nem chip. O incidente ocorreu a cerca de 300 metros da sua casa, em Montemor, perto de Quelfes (Olhão), quando seguia a pé com uma criança sua vizinha.

Depois de ter sido assistida no local numa ambulância do INEM, a vítima, Ermelinda Santos Lopes, que vive com o marido e dois filhos - um rapaz e uma rapariga -, foi levada para o Hospital de Faro para ser suturada com numerosos pontos - "nem me disseram quantos", frisou.

O cão, com cerca de quatro anos e 35 quilogramas de peso, foi levado para o canil municipal, onde permanecerá durante 14 dias para se verificar se sofre de alguma doença, após o que será tomada a decisão de o abater ou não, perante o grau de perigosidade que representa. O dono já foi identificado pela GNR.

"Quando passei na estrada junto à casa do dono, dois cães, um grande e outro pequeno, saltaram do terreno onde estavam, tendo o maior mordido a minha perna direita na zona abaixo do joelho. Andei à roda com a menina, de quatro anos, que levava pela mão, para a proteger. Depois, o animal afastou-se, mas o mais pequeno, sempre ao lado dele, atiçou-o, o que fez com que voltasse a atacar-me", relatou ontem à tarde ao DN, Ermelinda Lopes, no quintal da sua moradia, enquanto mostrava a roupa com as marcas de sangue.

Aos gritos e sem ninguém que a socorresse, ainda viu um carro abrandar, na esperança de que iria ser ajudada. Mas o condutor foi-se embora. Garante que "o dono do cão estava em casa".

Ermelinda Lopes recordou ter continuado a andar à roda no meio da estrada com a sua mala para se defender a ela e à criança que, curiosamente, "nunca disse nada". Depois, foi mordida no braço esquerdo. Nesse momento agrediu o animal com a mala e com pontapés até que uma senhora, a quem a criança ia ser entregue, a socorreu e ligou às autoridades. "Pensei que ia morrer", disse.

"As dores eram imensas e fiquei sem pedaços de carne", acrescentou. O cão ainda tentou atirar-se à senhora que a socorreu, assim como ao seu filho e a um amigo deste, entretanto alertados.

Residente há nove anos naquela zona rural do concelho de Olhão, Ermelinda Lopes, que passa ali todos os dias, já tinha visto os cães soltos, mas nunca teve problemas, embora receasse vir a ser alvo do incidente agora verificado. "Há dois anos, havia outros cães naquele terreno, perante os quais me defendi com canas e pedras. Se necessário, talvez tenha de voltar a utilizá-las", avisou, esclarecendo que não irá apresentar queixa contra o dono do animal.

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