Candidatos à profissão têm cada vez menos qualidade

Antes, eram os "melhores alunos que queriam ser professores", hoje entram nos cursos de formação de professores estudantes com média de dez valores.
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Esta quebra na qualidade dos estudantes que querem ser professores justifica a fragilidade da classe, defende Ramiro Marques, professor universitário de formação de docentes há 30 anos. Para ele, que estudou antes do 25 de Abril, "não há solução para melhorar este problema, porque se os que se formam são cada vez mais fracos, e são eles que vão ensinar os futuros alunos, o sistema não pode melhorar". Por isso, é com saudade que recorda os seus mentores, em especial o padre Manuel Antunes, da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. "Era a imagem de um homem que dedicou a sua vida a estudar a cultura clássica e a ensiná-la. Um professor próximo e paciente, mas que sabia impor a distância necessária, sem arrogância." Antes, o autor do blogue ProfBlog recorda a lição de humanismo que o reitor do Liceu Nacional de Santarém lhe deu. "Colei uns cartazes contra a Guerra Colonial e fui apanhado. Estava a três meses de acabar o liceu e podia ser expulso, mas ele perdoou-me a ousadia."

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