O candidato à presidência do CDS/PP, Miguel Matos Chaves, admitiu ontem entendimentos com a Nova Democracia de Manuel Monteiro, no sentido da criação de uma "plataforma partidária" que permita afirmar a direita como alternativa de poder. .A realização de uma convenção "que reuna as diversas tendências da direita democrática e moderna" foi uma das propostas avançada por Matos Chaves, na conferência de imprensa em que anunciou formalmente a candidatura à liderança do CDS. Para aquele que é, até ao momento, o único nome na corrida à presidência dos populares, a direita deve de uma vez por todas "discutir o que a une e o que a divide". O resultado poderá passar pela criação de "uma plataforma programática", ou pode ir mais longe, assumindo a forma de uma "plataforma partidária". Na qual Monteiro encontra espaço, enquanto "representante de uma corrente da direita nacional"..O objectivo, diz Matos Chaves, passa por afirmar a direita como alternativa ao que qualificou como um "sistema democrático-deficiente", em que PSD e PS se sucedem no poder "com projectos semelhantes". Um e outro foram, aliás, definidos pelo candidato como "esquerda moderada [PSD] e esquerda assumida [PS]"..Garantindo que está na corrida à liderança do CDS para ganhar, Miguel Matos Chaves apontou como primeiro objectivo político, caso seja eleito, a realização de uma convenção autárquica, para preparar as eleições locais de Outubro. E adiantou também que pretende avançar com referendos internos à regionalização e à posição europeia do partido. De fora fica o aborto, porque "não se referendam princípios ideológicos". No que se refere à Constituição Europeia, Miguel Matos Chaves adiantou desde já que é contra - uma posição divergente daquela que foi assumida oficialmente pelo CDS/PP. . Militante de base do partido (não pertence a qualquer órgão dirigente), ex-director de marketing e ex-porta-voz para a área do turismo (entre 93 e 98, durante a liderança de Manuel Monteiro), Matos Chaves garantiu ontem, perante uma plateia com cerca de 30 pessoas, que recebeu já "bastantes apoios" - escusando-se a precisar de quem. Esta é, no entanto, vista como uma candidatura "lateral", num partido à espera que avance uma figura de primeira linha.