Câmara rejeita tabu americano sobre gays no Exército

Regra abolida expulsou 13 mil militares em 17 anos, mas ainda falta aprovação do Senado.
Publicado a
Atualizado a

A Câmara de Representantes revogou ontem a regra "don't ask, don't tell" (não perguntes, não digas) que proíbe os militares de anunciarem publicamente a sua orientação sexual. Dirigida à homossexualidade e apoiada pelo Presidente Barack Obama, a nova lei terá ainda de passar no Senado. Na câmara baixa do Congresso americano passou com 250 votos a favor e 175 contra.
Esta regra controversa era defendida por muitos quadros superiores da hierarquia militar, os quais argumentavam que a homossexualidade de um camarada de armas afecta o moral das tropas em combate. Mas os generais estão divididos e alguns sublinhavam os efeitos negativos das expulsões e perda de peritos.
A abolição da "don't ask, don't tell" era defendida por muitos democratas e pelo Pentágono, que publicou um relatório a desmentir a ideia do impacto na coesão das forças. Esta era a única lei do país que "pedia às pessoas para serem desonestas ou que despedia quem escolhesse ser honesto", sintetizou o representante democrata do Colorado, Jered Polis.
A regra que impedia os militares homossexuais de confessarem a sua orientação sexual foi introduzida em 1993, durante a Administração Clinton. Ao todo, 13 mil militares foram afastados das Forças Armadas durante este período.
No Senado, a nova lei precisa de 60 votos para ser aprovada, mas este valor é pouco provável, já que o Partido Republicano é declaradamente contra e terá os votos necessários para travar a aprovação do diploma durante este mês.
A nova lei sobre a orientação sexual nas forças armadas faz parte de um pacote de diplomas que a Câmara dos Representantes está a tentar aprovar em maratonas legislativas. Na imprensa americana, esta é conhecida como sessão "lame duck", ou do pato coxo, porque a Câmara deixará em Janeiro de ter maioria democrata.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt