Browning ameaça deslocalizar fábrica de Viana do Castelo

Publicado a
Atualizado a

A multinacional belga FN Herstal, que produz as emblemáticas armas norte-americanas Browning e Winchester, adverte que se o projecto de ampliação da área fabril de Viana do Castelo não for aprovado, poderá deixar aquela unidade - onde emprega 380 trabalhadores - por falta de competitividade.

Em causa está um investimento de 10 milhões de euros, a aplicar até 2008 na modernização e adaptação da fábrica, de forma a reforçar a competitividade da fábrica de Viana no grupo.

O estudo de impacto ambiental deste projecto está em consulta pública desde Dezembro, com a empresa a deixar bem clara a sua posição: "A não execução do projecto não permitiria a adaptação do tratamento de metais da Browning Viana às melhores técnicas disponíveis no mercado podendo, em último caso, levar à deslocalização da empresa pelo grupo FN Herstal", refere o documento, a que o DN teve acesso.

Fonte da empresa explicou ao DN que "nada leva a crer que o projecto possa vir a ser chumbado nesta consulta pública, até porque todos os requisitos ambientais já são cumpridos actualmente". No entanto, ressalva: "A questão é colocada desta forma porque o que está em causa é a competitividade da unidade no grupo", acrescenta.

O investimento prevê que a fábrica de Viana avance com a construção de três pavilhões produtivos e a instalação de uma nova linha de cromagem, que substituirá a actual, já com mais de 30 anos. "Paralelamente, vamos conseguir aumentar o nosso know-how, o que reforçará a competitividade da fábrica no contexto do grupo e nos poderá fazer ganhar novos modelos de armas", acrescenta.

O investimento surge na sequência do encerramento, em 2006, da fábrica de espingardas Winchester, depois de 140 anos de produção em New Haven (Estados Unidos da América). O grupo belga justificou o encerramento com a falta de competitividade da unidade, optando pela produção deste modelo na fábrica de Viana. A Browning-Viana já é considerada "a unidade mais competitiva do grupo", mas, depois de concluída a formação do quadro laboral, a fábrica poderá até produzir o modelo mais antigo da Winchester, competindo directamente com a unidade japonesa do grupo.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt