Brasileiros gozam com político que quer instituir dia do heterossexual

"Um dia do orgulho hetero vai garantir à nossa minoria heterossexual os mesmos direitos que já são concedidos aos gays", diz-se no vídeo. Como "o direito de apanhar na rua".
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O político brasileiro Eduardo Cunha propôs de novo, após uma proposta falhada em 2010, que se institua um dia do orgulho heterossexual no Brasil. E até já tem data: o dia 3 de dezembro ficaria consagrado ao orgulho de ser heterossexual. Um grupo de comediantes brasileiro, Põe Na Roda, levou à letra a proposta de Eduardo Cunha, recém-eleito presidente da câmara de deputados do Brasil, e criou um vídeo satírico em que defendem a criação de uma campanha chamada "Orgulho Hetero".

"A heterofobia é um mal que precisa de ser combatido", começa o vídeo. Nele, heterossexuais e simpatizantes reivindicam os mesmos direitos "que já são concedidos aos gays". E dão exemplos: "O direito a ter uma família... que não te aceita", "o direito a ser expulso de casa" ou "o direito de apanhar na rua".

A proposta de lei de Eduardo Cunha quer "resguardar direitos e garantias aos heterossexuais de se manifestarem e terem a prerrogativa de se orgulharem do mesmo e não serem rejeitados por isso", conforme se lê no projeto. Os membros do grupo Põe Na Roda, que se referem ao político como "o deputado, militante e ativista do movimento hetero, Eduardo Cunha", não acreditam que a proposta se justifique.

"Não há razão para as pessoas heterossexuais terem o seu próprio dia", disse Pedro Mendes Castilho, membro do grupo, à BBC na rubrica BBC Trending. "Têm todos os direitos e não são um grupo minoritário. Fiz o vídeo de forma irónica para criticar isso".

"Dos mesmos criadores do dia do orgulho branco, dia do orgulho classe média-alta, dia do orgulho magro, dia do orgulho curso superior completo", dizem os personagens do vídeo satírico dos Põe Na Roda, "Dia do orgulho hetero!"

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