O Ministério da Defesa do Brasil deslocará 20 veículos blindados para reforçar a segurança da fronteira com a Venezuela devido ao aumento das tensões entre o Governo venezuelano e a Guiana..Além dos veículos blindados, 130 soldados brasileiros foram deslocados para o estado de Roraima, que faz fronteira tanto com a Venezuela quanto com a Guiana..Os blindados, do modelo Guaicuru, vão sair de unidades no Rio Grande do Sul, Paraná e Mato Grosso do Sul, onde estão localizados, e vão somar-se ao aumento do número de militares em Roraima..As tensões aumentaram nesta região da América do Sul com a realização de um referendo na Venezuela sobre anexação da região de Esequibo, atualmente administrada pela Guiana..Os venezuelanos votaram favoravelmente às intenções do Governo do Presidente, Nicolás Maduro, de a Venezuela anexar o território Esequibo no último domingo..Um dia depois da votação, Maduro anunciou ter um plano para recuperar os direitos dos venezuelanos sobre o Esequibo..No entanto, para a Venezuela levar adiante uma ofensiva militar contra a Guiana, obrigatoriamente teria de passar pelo território do estado brasileiro de Roraima..Segundo o portal de notícias G1, o ministro da Defesa do Brasil, José Múcio Monteiro, disse que o envio dos blindados já estava planeado para o combate da mineração ilegal naquela região do país, mas que as viaturas poderão ajudar na segurança..Ainda segundo o ministro brasileiro, os equipamentos ficarão no quartel de Boa Vista, capital do estado brasileiro de Roraima, num esquadrão que vai ser transformado em regimento de cavalaria, com 130 militares..A região de Esequibo, que aparece nos mapas venezuelanos como "zona em reclamação", está sob mediação da ONU desde 1966, quando foi assinado o Acordo de Genebra..Com uma extensão de 160 mil quilómetros quadrados (km2) e rico em minerais, o Esequibo está sob administração da Guiana, com base num documento assinado em Paris, em 1899, que estabelece limites territoriais que a Venezuela não aceita..A polémica agudizou-se nos últimos anos depois de a petrolífera norte-americana Exxon Mobil ter descoberto, em 2015, várias reservas de crude nas águas territoriais da zona em litígio.