Para o presidente da Câmara de Londres, Barack Obama não deve intervir na campanha do brexit quando visitar o Reino Unido em abril, meses antes do referendo sobre a saída dos britânicos da União Europeia. .Boris Johnson, considera mesmo a "paradoxal" a posição dos EUA, uma vez que se trata de um país que defende a sua soberania com uma "vigilância histérica". O autarca, que deixa o cargo em maio, acrescenta que a UE não se irá tornar nos Estados Unidos da Europa porque carece de uma cultura única, língua ou aliança..O primeiro-ministro britânico, David Cameron, considera que a opinião de Barack Obama e de outros líderes mundiais "vale a pena ser ouvida". Mas Boris Johnson diz que seria "totalmente falacioso" usar a influência do presidente para alertar o Reino Unido de que está a pôr em risco a sua influência global se abandonar a União Europeia..Boris Johnson, o carismático mayor de Londres que entrou na campanha pela saída da UE, diz que seria uma "grande hipocrisia" se o presidente norte-americano participar no debate sobre o brexit..Ainda não foi confirmado, mas espera-se que o presidente americano visite o Reino Unido no próximo mês. A ser verdade, será a última visita de Obama antes de abandonar a Casa Branca, em janeiro de 2017..Boris, peso pesado na campanha pelo brexit, escreveu na sua habitual coluna no Daily Telegraph que seria errado usar a visita do presidente dos Estados Unidos para influenciar a decisão dos britânicos. "Vão dizer aos britânicos para serem bons consigo próprios, para fazerem o que está certo", escreveu.."O nosso maior aliado vai-nos dizer que para o nosso interesse devemos ficar na UE, não interessa o que sentimos sobre esta organização. Esqueçam a perda da soberania, os custos, a burocracia e a imigração descontrolada. O ponto de vista americano é bastante claro." Barack Obama tem afirmado que o Reino Unido deve manter-se na UE se quer continuar a ter influência nos palcos mundiais..O referendo sobre o brexit está agendado para o dia 23 de junho e irá ditar o futuro do Reino Unido na União Europeia..O gabinete do primeiro-ministro afirma que o futuro do Reino Unido na UE vai ser decidido pelos britânicos mas aconselha-os a considerar as opiniões dos aliados internacionais antes de votar..Um porta-voz do número 10 de Downing Street disse: "São pessoas [os aliados] que desejam o bem do Reino Unido e que devem ser ouvidas"..Boris Johnson tem sido acusado de colocar as suas ambições políticas à frente do interesse nacional uma vez que é apontado como sucessor de Cameron caso este deixe o cargo antes de 2020. O mayor de Londres nega as acusações e diz que o Reino Unido está melhor fora da UE porque esta "tem enormes custos e está a subverter a nossa democracia".