Quando o rali Lisboa-Dakar pára é a festa. São crianças, de sete, oito, nove anos e, invariavelmente, quando se aproximam da janela de um dos carros da caravana é para pedirem "um souvenir", que pode ser um bombom ou uma caneta. Um lápis de cor também serve. .Eis pedidos bem mais modestos que uma Playstation ou um Game Boy. Curiosamente, também não parece que deles sintam falta..Em Marrocos, não foram só as crianças a delirar com a passagem da prova. Em Portugal, que a recebeu pela primeira vez, o êxito foi estrondoso, mas neste país do Norte de África, que quase sempre fez parte do percurso, receber o Dakar é um desígnio nacional e uma honra. .Principalmente no Sul do país, na região de Tan Tan, com a prova prestes a despedir-se "até para o ano", assistir à passagem da caravana é já uma tradição a que poucos resistem. .E quem não vê "acompanha pela rádio", como nos esclarecem em Tan Tan Plage, onde o nosso interlocutor pedia ajuda para identificar a nacionalidade dos primeiros classificados..O dispositivo policial, à passagem pelas localidades, é enorme e os agentes da autoridade ficam orgulhosos quando alguém pára para pedir qualquer indicação. .Se a conversa se prolonga, também eles pedem um souvenir, que pode ser um autocolante ou uma caneta (as canetas estão no topo do ranking) . .E as equipas vão esgotando o stock de T-shirts e pequenos brindes trazidos de propósito. .As bandeiras e matrículas portuguesas foram diminuindo, à aproximação da fronteira mauritana, mas, de repente,voltaram a aumentar. .José Megre chegou com o seu grupo, de cerca de meia centena de expedicionistas, que igualmente passou a fronteira rumo a Zouerat.