Benfica quer quebrar histórico italiano após trauma portista

Águias defrontam nesta terça-feira o Inter Milão nos quartos-de-final da Liga dos Campeões. Em 11 eliminatórias europeias de mata-mata com italianos, clube da Luz foi eliminado seis vezes, além de ter perdido três finais.
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A derrota (1-2) no clássico na Luz frente ao FC Porto veio confirmar o trauma caseiro do Benfica nos jogos com os dragões (apenas quatro vitórias nos últimos 21 confrontos para o campeonato), e a equipa de Roger Schmidt tem já na terça-feira outra tendência negativa para quebrar no duelo contra o Inter Milão dos quartos de final da Champions: inverter o histórico negativo nas eliminatórias europeias de mata-mata diante de equipas italianas.

Além das três finais europeias desperdiçadas frente a emblemas transalpinos - Taça dos Campeões de 1962-63 e 1989-90 perdidas para o AC Milan e em 1964-65 para o Inter -, o Benfica tem um histórico negativo também a nível de eliminatórias: os italianos levaram a melhor em seis de 11 vezes.

O clube da Luz pode agarrar-se ao facto de ter tido êxito nas duas últimas vezes que se cruzou com italianos em eliminatórias europeias. Em 2008-09, na Taça UEFA, ultrapassou o Nápoles com uma vitória caseira por 2-0 e uma derrota fora por 3-2. E, mais recentemente, em 2013-14, com Jorge Jesus como treinador, apurou-se para a final da Liga Europa depois de eliminar a Juventus (2-1 na Luz e 0-0 em Turim) - perdida depois para o Sevilha no desempate por grandes penalidades.

Nas seis eliminatórias anteriores, porém, os italianos triunfaram sempre - Roma, Juventus, Parma, Fiorentina, Lazio e Inter Milão. Uma tendência que os encarnados pretendem agora quebrar, de forma a carimbarem o passaporte para as meias-finais da Liga dos Campeões onde, curiosamente, podem voltar a cruzar-se com uma equipa italiana, precisamente quem sair vencedor do jogo entre o AC Milan e o Nápoles.

Fazendo as contas a todos os confrontos entre as águias e emblemas transalpinos em toda a história das competições europeias, o saldo é igualmente negativo: em 33 jogos, o Benfica soma 17 derrotas, 11 vitórias e cinco empates, com um total de 35 golos marcados e 44 sofridos.

Confrontos com o Inter Milão foram três - dois desaires e um empate. Em 1965 derrota na final da Taça dos Campeões Europeus por 1-0 e, em 2003-04, numa eliminatória da Taça UEFA, com um triunfo dos italianos por 4-3 em casa e um empate sem golos na Luz.

O Inter Milão, carrasco do FC Porto na presente edição da Champions (Pinto da Costa até desejou que o Benfica consiga vingar a derrota portista no jogo de terça-feira), não vive os melhores dias e o treinador Simone Inzaghi tem sido muito contestado - em Itália dizem mesmo que uma eliminação frente ao Benfica pode custar-lhe o lugar.

A equipa milanesa está sem vencer há seis jogos - empates com Salernitana, Juventus e FC Porto e derrotas frente a Fiorentina, Juventus e Spezia - e ocupa atualmente a quinta posição da Serie A, já muito longe do líder Nápoles (23 pontos de diferença).

Roger Schmidt, que admitiu que o FC Porto foi um justo vencedor do clássico de sexta-feira, disse no final do jogo que a equipa tem de reagir nesta terça-feira, numa partida em que não poderá contar com Bah, por lesão: "Temos de analisar este jogo, melhorar daqui para a frente e reagir."

Como disse Pinto da Costa, depois de festejar mais uma vitória frente ao eterno rival, a Luz está a tornar-se num "salão de festas" para o FC Porto. Não só pelo facto de nos tempos mais recentes ter ali festejado dois títulos, mas também pelo histórico de triunfos. Só em jogos a contar para a I Liga, são já 10 triunfos nas últimas 21 deslocações ao campo das águias, mais sete empates e apenas quatro triunfos dos encarnados.

Agora o foco da equipa de Roger Schmidt é quebrar a tendência em eliminatórias contra italianos, conseguindo um bom resultado na Luz já nesta terça-feira, na partida da primeira mão dos quartos de final. É que passar os quartos e atingir as meias-finais, além do prestígio desportivo, permite ainda à SAD do Benfica um encaixe de mais 12,5 milhões de euros em prémios da UEFA, um valor que poderá juntar-se ao bolo já arrecadado até aqui - 72,558 milhões de euros.

Nota: Na tabela que ilustra esta peça na edição em papel, estava erradamente apontado que o Benfica tinha sido eliminado pela AS Roma na época 1982-83, quando na realidade passou a eliminatória e viria até a jogar a final, da Taça UEFA, que acabou por perder frente ao Anderlecht. Aos leitores as nossas desculpas.

nuno.fernandes@dn.pt

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