Benfica explora mercado chinês com Yu Dabao

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Nos primeiro dias de 2007, o Benfica anunciava de uma forma discreta a contratação de um jovem chinês de 18 anos, para a equipa de juniores, num investimento de 400 mil euros. Yu Dabao, ou "o grande tesouro" (significado do nome em português) era o segundo grande passo do Benfica para cimentar as relações com a China. O primeiro tinha sido dado por Luís Filipe Vieira, presidente dos encarnados em Abril do ano passado, numa viagem a Dalian, cidade do Nordeste da China, para assinar um acordo de cooperação com o maior clube chinês de futebol, que prevê a troca de jogadores e treinadores.

Mas se da viagem de Vieira poucos registos existem, já do "grande tesouro" as notícias multiplicam-se. Face ao inédito da situação - era do primeiro chinês do futebol português e o primeiro jogador asiático no Benfica - aliado às boas exibições, Dabao não demorou mais do que uns 15 dias para sair do anonimato.

No seu primeiro jogo pela equipa de juniores do Benfica contra o Portimonense, contribuiu com três golos na vitória dos encarnados por 8-0, apesar de ter actuado apenas durante 62 minutos.

A partir daí foi alvo dos mais diversos trabalhos da comunicação social e os objectivos da contratação de Yu Dabao foram de imediato referidos pelos dirigentes do Benfica. A compra do passe do jogador - chegou do Oriente rotulado de craque - não se destinava apenas a melhorar a prestação da equipa de juniores, tinha sido também uma aposta de marketing .

"O futebol é cada vez mais um negócio global e a marca Benfica tem de se posicionar num mercado emergente, como é o asiático", explicou ao altura António Carraça, então gestor da área de formação do clube da Luz. Afinal, o Benfica não fazia mais do que seguir uma realidade que se verifica em alguns dos principais clubes do mundo, como é o caso do Manchester United e Real Madrid.

A verdade é que desde que Yu Dabao chegou a Portugal, os media chineses tem seguido as façanhas do jogador, agora promovido para a equipa principal, e do próprio clube.

A importância do enorme mercado asiático esteve bem visível no referido protocolo que o Benfica e o clube Shinde Dalian assinaram. Além do intercâmbio de treinadores e atletas, ficou planeado uma futura cooperação ao nível da venda de produtos da marca de cada clube.

Mas o Benfica não é o único clube português a ter ligações com o futebol asiático. O Sporting, que foi uma das primeiras equipas ocidentais a jogar na China (em 1978), estabeleceu há dois anos um acordo com a Federação Chinesa de Futebol. Intermediado pelo ex-presidente João Rocha, protocolo permite que os jovens jogadores chineses, entre os 12 e os 15 anos, recebam formação escolar enquanto treinam na Academia Sporting, em Alcochete. O acordo prevê ainda a escolha por parte da federação chinesa de 100 jovens após torneios em toda a China, cabendo depois ao Sporting a decisão de eleger os "melhores dos melhores".|

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