Águias denunciam "ambiente de coação" em torno dos árbitros

Luís Filipe Vieira, presidente do Benfica, liderou a delegação que se reuniu esta segunda-feira com o Conselho de Arbitragem
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O Benfica reuniu-se esta segunda-feira com o Conselho de Arbitragem, um encontro inicialmente marcado para esta terça-feira e antecipado a pedido do órgão federativo para "manter uma necessária reserva".

Os encarnados emitiram um comunicado onde revelam os pontos que estiveram em cima da mesa, tendo sido abordado " o ambiente de coação e condicionamento que tem sido gerado sobre a arbitragem", que na opinião dos responsáveis do Benfica se "agravou a partir do momento em que se assistiu à invasão do Centro de Treinos do Polo Profissional dos Árbitros na cidade da Maia por parte de elementos afetos à claque do FCP".

O CA foi ainda "questionado sobre as medidas que este adotou face às ameaças expressas à integridade física de árbitros e seus familiares", tendo ainda lamentado " a ausência de sanções no âmbito disciplinar verdadeiramente punitivas".

No encontro que estiveram presentes o presidente Luís Filipe Vieira e o assessor jurídico Paulo Gonçalves pelo lado do clube da Luz, enquanto o CA esteve representado pelo presidente José Fontelas Gomes, o vice João Ferreira e os vogais Bertino Miranda e Ricardo Duarte.

Eis o comunicado do Benfica na íntegra:

"O Sport Lisboa e Benfica reuniu hoje, a seu pedido com o Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol (Secção Profissional), de que destacamos os seguintes pontos:

1 - O Sport Lisboa e Benfica teve oportunidade de denunciar o ambiente de coação e condicionamento que tem sido gerado sobre a arbitragem por parte de outros clubes e que se agravou a partir do momento em que se assistiu à invasão do Centro de Treinos do Polo Profissional dos Árbitros na cidade da Maia por parte de elementos afectos à claque do FCP;

2 - Questionou ainda o Conselho de Arbitragem sobre as medidas que este adoptou face às ameaças expressas à integridade física de árbitros e seus familiares e declarações públicas de principais responsáveis desses clubes, que punham em causa diretamente a honorabilidade e segurança dos responsáveis do sector e equipas de arbitragem, considerando que é fundamental garantir que as entidades públicas competentes tenham conhecimento exaustivo sobre os factos atrás expressos;

3 - Lamentou por outro lado que a ausência de sanções no âmbito disciplinar verdadeiramente punitivas daquelas situações criem um clima de impunidade que acentua a necessidade de serem tomadas medidas urgentes em nome da credibilidade das competições e devida proteção das equipas de arbitragem;

4 - Reiterou a confiança na qualidade generalizada dos árbitros, não escondendo contudo que todo o ambiente criado contribuiu de forma determinante para uma acumulação de erros graves, com influencia no normal desenrolar das partidas, ora em prejuízo do Sport Lisboa e Benfica, ora em beneficio de quem fomentou e não repudiou este indesmentível ambiente de coação e condicionamento;

5 - Por fim, o Sport Lisboa e Benfica reafirma que manterá uma atitude construtiva e de cooperação institucional, em defesa das competições e do prestígio do Futebol Português, acreditando hoje que o Conselho de Arbitragem tem igual desígnio.

Lisboa, 27 de Fevereiro de 2017"

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