Belgas mais sólidos na defesa, portugueses sofrem mais faltas
Equilíbrio. Esta é a palavra chave do Bélgica-Portugal de domingo (20.00 horas, em Sevilha), a contar para os quartos-de-final do Euro 2020. É pelo menos isso que dizem as estatísticas da competição, que mostram muitos pontos em comum, tendo em conta os três jogos realizados na fase de grupos.
A diferença mais acentuada está no número de golos sofridos, afinal os belgas sofreram apenas um, enquanto os portugueses já foi buscar seis vezes a bola ao fundo da baliza. Um sinal de que a organização defensiva da equipa de Fernando Santos poderá ser mais débil, afinal Rui Patrício já foi obrigado a onze defesas no Euro 2020, enquanto o guarda-redes belga Courtois fez sete. É certo que a seleção nacional teve jogos de exigência mais elevada, sobretudo com França e Alemanha, enquanto a Bélgica sentiu apenas mais dificuldades com a Dinamarca, partida na qual viu o adversário enquadrar seis remates, tendo apenas permitido um à Rússia e outro à Finlândia.
No estádio La Cartuja, em Sevilha, vão estar duas equipas que apostam na posse de bola, tendo a Bélgica 57,7% contra os 52,7% de Portugal, que o fez frente a adversários teoricamente mais poderosos. No entanto, há dois dados estatísticos em que a equipa das quinas tem melhor registo. Desde logo, a diferença no número de faltas sofridas, com os portugueses a terem sido travados 39 vezes à margem das leis, enquanto os belgas só foram travados em falta em 22 ocasiões.
E depois há a eficácia de cruzamento, parâmetro em que os Diabos Vermelhos têm o pior registo do torneio, com apenas 3,7% de acerto, que contrasta com 22,7% de Portugal. Este dado terá muito a ver com a forma de atacar das duas equipas, com os belgas a apostarem mais num jogo de passe curto e em progressão, enquanto a equipa das quinas diversifica a sua forma de atacar, utilizando várias vezes os cruzamentos para Cristiano Ronaldo, embora sem sucesso... por enquanto.
De resto, a Bélgica tem mais três remates do que Portugal nesta fase final do Euro 2020, totalizando 32, dos quais 15 enquadrados com a baliza. Por sua vez, a equipa das quinas totaliza 29 remates, dos quais 14 enquadrados com as balizas adversárias. Neste aspeto, Ronaldo (11) e Diogo Jota (6) são os mais rematadores de Portugal, enquanto a seleção belga distribui mais os remates por vários jogadores: Lukaku (7), Eden Hazard (4), De Bruyne (3) e Meunier (3).
O extremo Ferreira-Carrasco é um dos jogadores que tem em destaque na seleção belga e deixou ontem a garantia que, apesar de ser uma equipa que privilegia a posse de bola, a equipa "também sabe que tem de sofrer" se quiser chegar o título. "Temos de mostrar às pessoas que têm razão em terem medo desta Bélgica", avisou.