A Comissão Política do Bloco de Esquerda reconheceu ontem pela primeira vez que o resultado de Francisco Louçã nas presidenciais não foi ao encontro das expectativas do partido..Apesar de acreditar que o eleitorado bloquista se consolida com o resultado, a dirigente Helena Pinto explicou ontem em conferência de imprensa que "o contexto não era o mais fácil" para a candidatura de Francisco Louçã. A razão tinha já sido explicada, poucos dias depois das eleições, em comunicado da direcção do partido a candidatura de Manuel Alegre terá absorvido votos do partido em Lisboa e no Porto.. "O resultado não foi aquele que mais ambicionávamos, mas mostra que há sectores importantes na sociedade portuguesa que apoiam as propostas políticas apresentadas" por Louçã, disse Helena Pinto no rescaldo da reunião da Comissão Política que se reuniu na sexta-feira..A "culpabilização" do PS dominou, no entanto, as conclusões da reunião. Helena Pinto chamou a atenção para o facto de "o PS e José Sócrates não conseguirem nem disfarçar nem mitigar a derrota que tiveram nestas eleições", e lembrou que Mário Soares teve menos 30% de votos do que o resultado socialista nas legislativas do ano passado..Questionada pelos jornalistas sobre se a Comissão Política analisou a situação de Joana Amaral Dias, Helena Pinto esclareceu que o assunto não foi abordado, mas garantiu que um regresso da dirigente bloquista (que apoiou Mário Soares nas presidenciais, como mandatária da Juventude) seria encarado "com toda a naturalidade". A Mesa Nacional, da qual faz parte Joana Amaral Dias, reúne-se no dia 4 de Fevereiro. VRO