Os resultados positivos do Montepio em 2017 seguem-se a quatro anos consecutivos de prejuízos (2013, 2014, 2015 e 2016) superiores a 800 milhões de euros (em termos acumulados)..A entidade financeira do grupo Montepio diz que o resultado de 2017 se justifica pelas "evoluções favoráveis do produto bancário, ao beneficiar da recuperação do negócio 'core' [principal], dos custos operacionais e das imparidades"..A margem financeira subiu 4,3% em termos homólogos para 263,9 milhões de euros, devido à redução dos custos de financiamento, nomeadamente dos depósitos a prazo e da dívida emitida, e as comissões aumentaram 15,3% para 117 milhões de euros..Os resultados com operações financeiras quase duplicaram, face a 2016, para 72,8 milhões de euros, o que o banco atribui a "ganhos obtidos com a alienação de títulos"..Já o produto bancário melhorou 36% para 505,2 milhões de euros..Quanto a despesas, os custos operacionais desceram 5,5%, para 268,3 milhões de euros, com a redução dos trabalhadores e renegociação de contratos com fornecedores. Também os custos com pessoal caíram 5,5% para 156,4 milhões de euros..O banco destacou, no comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a descida do rácio 'cost to income' (os custos face ao produto bancário) para 53,1%..No final de 2017, o grupo Caixa Económica Montepio Geral tinha 3.837 trabalhadores, mais 31 do que em 2016..Quanto a balcões, tinha 325, menos dois do que em 2016..O Montepio tinha ainda, no final de dezembro passado, 12.561 milhões de euros em depósitos, apenas mais 0,75% do que em 2016. O banco destacou, contudo, o aumento dos depósitos no segundo semestre, de mais 933 milhões de euros face a junho..Quanto a crédito, este desceu 6,5% para 14.064 milhões de euros..Já o rácio de crédito em risco baixou para 12,7%, o valor mais baixo desde 2011, ajudado pela operação de venda de crédito em incumprimento no valor de 580,6 milhões de euros feita no final de 2017..Ainda em 2017, o Montepio constituiu menos imparidades (provisões para perdas potenciais) do que no ano anterior. As imparidades para crédito foram 138 milhões de euros (-24%), as imparidades para outros ativos financeiros 6,7 milhões de euros (-85%) e as imparidades para outros ativos 11,7 milhões de euros (-71%)..Em declarações à Lusa a propósito das contas de 2017 hoje conhecidas, Félix Morgado, o presidente do banco, considerou que este "é um resultado robusto porque é gradual ao longo do ano, assente na melhoria dos negócios" e na "melhoria da eficiência"..Sobre o balanço que faz dos anos à frente da CEMG, quando já é conhecido que a Associação Mutualista Montepio Geral já escolheu Nuno Mota Pinto para lhe suceder no banco, José Félix Morgado considerou que a sua equipa "fez um trabalho notável, com contribuição significativa para a CEMG, o grupo montepio e para o próprio sistema bancário e o país".."O Montepio é uma instituição relevante que, como se demonstra, tem hoje um modelo de negócio sustentável", afirmou.