Autárquicas/1 ano: Problemas de falta de água dominaram as preocupações em Viseu

A seca, a resolução dos problemas imediatos que esta situação colocou e as medidas a tomar para evitar que se repita marcaram o primeiro ano do segundo mandato de Almeida Henriques (PSD) na presidência da Câmara de Viseu.
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Em declarações à agência Lusa, Almeida Henriques destacou "a capacidade que o município teve de enfrentar a gravíssima seca" no final do ano passado, "sem que faltasse água nas torneiras" dos munícipes.

"Estamos a fazer o que nos compete, com a construção das ensecadeiras na Barragem de Fagilde, o lançamento dos concursos para o reforço da Estação de Tratamento de Águas de Povolide e o início do processo para os novos reservatórios do Viso", afirmou.

O autarca disse que há ainda "cerca de oito milhões de euros de obra para levar água e saneamento às populações de territórios de baixa densidade".

Almeida Henriques realçou também "a resposta de Viseu aos incêndios de 15 de outubro" e o reforço de meios feito ao nível da prevenção.

"Reforçámos o investimento nas freguesias, criando autonomia e capacidade de ação nas 17 freguesias com maior mancha florestal, com aquisição de tratores e outros equipamentos", explicou.

A criação de uma equipa de sapadores florestais, de Equipas de Intervenção Rápida e o reforço de efetivos nos bombeiros municipais foram outras medidas na área da Proteção Civil, à qual foram alocadas três milhões de euros este ano.

Como medida mais emblemática, o autarca realçou "a abertura do procedimento para o projeto de reconversão do bairro municipal da Cadeia", com um investimento previsto de cerca de cinco milhões de euros.

O festival de folclore Europeade, a adjudicação de obras de reabilitação do centro histórico e o reforço do concelho como destino de investimento foram também destacados.

Almeida Henriques lamentou que a oposição socialista "se centre no bota-abaixo constante e na guerrilha partidária", ao invés de se colocar do lado dos munícipes.

Nas autárquicas de 2017, o PS obteve três mandatos, contra seis do PSD.

A vereadora socialista Lúcia Araújo Silva lembrou à Lusa que, quando tomou posse para o primeiro mandato, Almeida Henriques "propagandeava que tinha uma estratégia a dez anos" para Viseu.

"Muitas das medidas calendarizadas já deviam estar no terreno. Aliás, foram sucessivamente anunciadas e adiadas, mas nada, quase nada ou muito pouco se concretizou", criticou.

Um dos exemplos que apontou é o da "reabilitação dos edifícios da antiga sede do Orfeão e da futura sede das Águas de Viseu", que "nem sequer têm os seus projetos concluídos".

Na sua opinião, tem sido implementada "uma política imaterial pró-festiva, com uma sucessão de eventos de animação urbana, campanhas de marketing territorial e criação de parangonas e 'momentos'".

Enquanto isso, há ainda "problemas muito graves no concelho" a nível ambiental e, no que respeita à atividade económica, são lançados "milhões de investimentos", mas muitos "não chegam a ser criados ou são criados muito abaixo das expectativas propaladas pelo executivo", lamentou.

A oposição votou contra o orçamento da Câmara, considerando que "a tão apregoada folga orçamental" deveria "ser aplicada na redução de impostos às famílias e às empresas do concelho e a outras" que devem ser atraídas.

Na opinião de Lúcia Araújo Silva, "a estratégia para a revitalização do centro histórico tem sido outro falhanço do atual executivo", sendo os indicadores de revitalização "muito pouco evidentes".

Apesar das medidas para o abastecimento de água, a vereadora alertou que há "um problema infraestrutural muito sério por resolver", criticando a forma como Almeida Henriques conduziu o processo de constituição da empresa intermunicipal de águas, que foi inviabilizado porque alguns municípios vizinhos não aderiram.

Por isso, disse esperar que, no resto deste mandato, Almeida Henriques consiga desatar "o nó das Águas de Viseu e da resolução do problema de abastecimento de água, ao nível organizativo e infraestrutural".

"Almeida Henriques está próximo de um ponto crítico do seu mandato. Além de ter de demonstrar que está efetivamente a alavancar a atividade económica, a criação e geração de riqueza no concelho, tem de apresentar obra", considerou.

A reabilitação do Mercado 2 de Maio, do antigo Orfeão, do edifício das Águas de Viseu e da Central de Camionagem e a transformação do pavilhão multiúsos em Viseu Arena são obras que teme ficarem por concretizar.

Almeida Henriques garantiu à Lusa que, nos próximos anos, se irá centrar "na concretização de obras e projetos estruturantes" que assumiu como compromissos e lançará "obras tão emblemáticas como a requalificação da Casa das Bocas, o antigo Orfeão de Viseu, a nova sede da Águas de Viseu, a reconversão da antiga Central de Camionagem, a cobertura do Mercado 2 de Maio e o projeto do Viseu Arena".

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