Depois de dezenas de acidentes, o último dos quais resultou na morte de uma jovem de 30 anos, ainda este mês, a fatídica travessia da linha férrea em Cristelo Covo, Valença, vai ser "definitivamente suprimida" em 2010, acaba de garantir o presidente da câmara local. Jorge Mendes já reuniu com os técnicos da Refer para analisar a questão, e ambas as partes acordaram que a travessia deverá ser eliminada e um novo viaduto de atravessamento da linha de caminho-de-ferro construído já no decorrer do próximo ano. Se assim não for, diz Jorge Mendes, a partir do dia 31 de Dezembro de 2010, tanto ele como a Refer terão de assumir responsabilidades pessoais caso mais algum acidente venha a ocorrer.."Se a passagem-de-nível se mantiver como está passamos a ser responsabilizados, pessoalmente, quer eu quer os técnicos da Refer se voltar acontecer alguma coisa. E nenhum de nós quer assumir responsabilidade neste tipo de situação, com certeza", apontou o autarca. Jorge Mendes admite "alguns contratempos" no passado, da parte da Refer e da autarquia, num processo que se arrasta desde 1994, com vista ao encerramento da travessia. .Para já o compromisso está então assumido, falta apenas determinar como é que a câmara de Valença e a Refer vão repartir os custos da construção de um viaduto no local, no entanto a autarquia afirma que já inscreveu no orçamento uma verba para o efeito. .A travessia desnivelada para aquele local já tem projecto e os terrenos necessários, comprados pela junta local por 45 mil euros, já foram oferecidos à empresa pública. O presidente da câmara anunciou disponibilidade para "repartir alguns custos" com a Refer e "eliminar de vez" a passagem-de-nível, onde já morreram 12 pessoas. A travessia desnivelada já tem projecto definido. "Só depende da Refer. É uma obra que tem um custo elevado, não é fácil em termos financeiros. A maior parte terá que ser suportada pela Refer", apontou o autarca, sublinhando que trata-se de uma intervenção "prioritária."