Até uma manta é pretexto para voltar a Trump

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Assunto de ontem: um biólogo revelou que os peixes têm sentimentos. Deu o exemplo das mantas (raias gigantes) que passaram no "teste do espelho". Olham para a sua imagem e veem--se reproduzidas. Quer dizer, são autoconscientes. Aproveito para lembrar: outro que se olha ao espelho, e muito (só pode, com aquele penteado), é Donald Trump. E é autoconsciente: ele próprio é o seu assunto favorito. Receio que ele venha também a tornar-se o nosso assunto. O assunto. Nas primárias, um adversário republicano, Marco Rubio, teve a má ideia de medir pilinhas com ele durante um debate. Rubio foi aplainado. Não que víssemos comparados tamanhos mas Trump não se importa de falar de tudo e sobretudo disso. Há dias, a imprensa liberal americana também foi por aí. Os jornais The Washington Post e The New York Times lembraram como Trump se gaba dos seus casos amorosos e como trata as mulheres. Os homens públicos não gostariam do tema, mas a Trump não o perturbou. Entretanto, Trump havia feito uma generalização sobre os muçulmanos e o novo mayor de Londres, Sadiq Khan, respondeu que sobre o assunto ele era um "ignorante". A discussão passou-se na língua comum, o inglês, o que não impediu Trump de dizer que estava disposto a fazer um teste de QI para o desmentir. Um teste de inteligência para mostrar que não era ignorante... Num tolo assim, a extremidade mais perigosa é o dedo indicador, a que prime o botão dos arsenais.

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