N as praias marítimas, as estatísticas de mortes desta época balnear foram melhores do que as do ano passado. Mas, pelo que o DN verificou, Portugal está longe de fazer o que deve nas praias fluviais. .A lei diz que a responsabilidade passa pelas comissões de coordenação e de desenvolvimento regional. Contactadas, remeteram-nos para o Instituto da Água. Este mandou-nos para o Centro Distrital de Operações de Socorro Nacional, e este, para a autoridade marítima. Que, por sua vez, disse só ter jurisdição sobre seis das 90 praias fluviais, albufeiras e barragens registadas pelo Ministério do Ambiente..Isto é, nenhuma dessas entidades controlou devidamente o acesso e utilização destas zonas balneares. E, como prova desse descontrolo, ninguém sabe quantas pessoas, este ano, morreram nas praias fluviais..Até ao próximo Verão a afluência a esses locais diminui. É tempo suficiente para atribuir responsabilidades de forma clara e concreta. Para que em 2008, haja mais prevenção e vigilância e um balanço estatístico organizado. .Pepe nasceu no Brasil e desde os 18 anos foi imigrante em Portugal. Aos 24 anos, com o sucesso do seu trabalho em Portugal, foi contratado pelo Real Madrid. O Estado português, neste Verão, deu-lhe a nacionalidade portuguesa. Por causa dessa condição de português e porque nunca tinha sido seleccionado pelo seu país de origem (o que, a ter acontecido, seria impeditivo pelas normas da FIFA), Pepe foi seleccionado para a equipa nacional. Do ponto de vista legal, este convite é, pois, conforme às regras..E é também legítimo. As naturalizações não fazem cidadãos de segunda. Não é sem razão que a Constituição só afasta os naturalizados do exercício de um cargo, o de Presidente da República. Em Portugal, pode ser-se primeiro-ministro e ter- -se nascido holandês, porque não defesa-central? As condições para se chegar a português, que não as de nascimento, têm de ser estritas, de forma a que seja uma honra para quem o consiga. Mas, depois de português, a esse cidadão não se pode pedir nem mais uma obrigação ou uma abdicação que não se peça aos outros portugueses.. E que seja claro: não se selecciona Pepe para o premiar; selecciona-se porque Portugal precisa dele. A quem serve o País e não se serve dele os restantes portugueses não têm senão de agradecer. Bem-vindo, Pepe. E esperamos que possa dar tanto a Portugal como outros desportistas portugueses - Figo, Obikwelu, Nélson Évora, Rui Costa, portugueses nados, portugueses naturalizados, que importa? - já deram.