As ligações próximas de Ingrid Betancourt

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A mãe

Yolanda Pulecio, ex-congressista e rainha da beleza, lutou durante mais de seis anos pela libertação da filha, criticando insistentemente a política de Bogotá para com a guerrilha. A aposta do Presidente Álvaro Uribe sempre foi a força, em vez do diálogo, algo que para os familiares dos reféns não era visto com bons olhos. Pulencio teve de dar o braço a torcer, afinal a libertação da filha surgiu numa operação militar - na qual não se disparou um único tiro. A mãe de Ingrid voltou a abraçá-la naquele 2 de Julho, no aeroporto, e desde então praticamente não se separou dela. Viajaram pelo mundo a agradecer a pressão internacional que foi feita pela libertação de Ingrid, desde a Europa à América Latina. Desde que foi libertada, Ingrid só regressou uma vez à Colômbia.

Os filhos

Se, na Colômbia, a mãe de Ingrid era o principal rosto da campanha para a sua libertação, no estrangeiro esta foi liderada pelos dois filhos, Mélanie e Lorenzo Delloye. Quando a mãe foi sequestrada tinham 16 e 13 anos, respectivamente, mas rapidamente se tornaram adultos. Durante anos, revezaram-se a enviar mensagens à mãe através da rádio, que Ingrid admitiu mais tarde terem sido cruciais para se manter viva em cativeiro. Apesar da libertação de Ingrid, comprometeram-se a con- tinuar a trabalhar pelos outros reféns, tal como a própria ex-candidata presidencial, que nos últimos meses se retirou um pouco mais da vida pública para escrever o seu livro sobre os anos de cativeiro.

O marido

O reencontro frio de Ingrid Betancourt com o marido, o publicitário colombiano Juan Carlos Lecompte, desde logo deu início aos rumores de que a relação não iria durar muito tempo. De facto, pouco depois deu-se a separação e entretanto entrou na justiça o processo de divórcio. Ingrid e o seu segundo marido - o pai dos filhos é o diplomata francês Fabrice Delloye - trocam entretanto acusações de infidelidade. A ex-candidata presidencial acusa ainda o marido de ser consumidor de substâncias alucinógenas. Ele diz ter sido humilhado, depois de anos de dedicação.

Os ex-reféns

Ingrid Betancourt tem sido o alvo de todas as críticas por parte dos seus ex-companheiros de cativeiro. Desde logo, a sua ex-amiga Clara Rojas (com quem foi sequestrada), que acusou a franco-colombiana de ser falsa e fazer teatro. No seu livro Memórias do Meu Cativeiro diz que a amizade entre ambas se degradou após uma tentativa frustrada de fuga. As maiores críticas foram, contudo, dos três norte-americanos, Keith Stansell, Thomas Howes e o lusodescendente Marc Gonsalvez, autores de Out of Captivity (Fora de Cativeiro). Estes acusam-na de ser uma manipuladora, capaz de atitudes piores que as dos guerrilheiros. Revelam ainda que manteve uma relação com o senador Luis Eládio Pérez, refém de 2001 a 2008).

O "novo amor"

As fotos surgiram na revista Caras colombiana e mostravam Ingrid num biquíni branco ao lado do seu "novo amor", numa praia de Miami. Afinal, era apenas um primo. Mesmo em liberdade, a ex-refém não perdeu o mediatismo e é alvo dos paparazzi. O lançamento do seu livro é um dos acontecimentos mais esperados na Colômbia.

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