Numa publicação entregue por iniciativa própria na autarquia lisboeta, a que a Agência Lusa teve acesso, o arquitecto Lieuwe Op't Land, radicado em Portugal, propõe "a construção de um átrio subterrâneo por baixo do castelo ao nível da Baixa comunicando directamente com este por meio de elevadores"..A proposta surge depois de várias soluções técnicas apresentadas em 2002, que vieram a ser abandonadas por serem impraticáveis naquela zona..A inexistência de acessos ao castelo e a difícil circulação automóvel têm afastado os turistas do Castelo de São Jorge, levando a autarquia de Lisboa a pensar em soluções arquitectónicas de modo a criar um acesso turístico mais atractivo..Além da construção de um grande átrio, a que dá o nome de abobodão, o arquitecto sugere que a rocha seja perfurada com furos verticais para aí se instalarem diversos elevadores de acesso ao castelo, não só para visitantes e habitantes, mas também destinados ao transporte de mercadorias..A solução é encarada como "meio para a revalorização urbanística das freguesias de Santa Justa, Santiago, S. Cristóvão e S. Lourenço, Madalena e a do Castelo"..Lieuwe Op't Land propõe que o átrio seja "um local de encontro e de convívio social", com uma estação de metro, lojas e restaurantes em redor dos acessos aos elevadores do castelo..O átrio seria ligado por túnel ao largo Martim Moniz junto ao local do "obsoleto Salão de Lisboa", onde se situaria a entrada para subir ao Castelo de São Jorge..No local, "a praceta da Mouraria constituiria um utilíssimo espaço para o estacionamento de táxis, autocarros, camionetas turísticas e grupos escolares"..O arquitecto, que reside há vários anos na Ericeira, prevê a retirada de um milhão de metros cúbicos de terra da rocha donde se ergue o castelo..Contudo, faz depender a viabilidade do seu projecto de estudos geológicos a efectuar no local para avaliar se existem condições de segurança, nomeadamente em termos de solidez da rocha, que permitam executar a obra..Além de considerar uma solução arquitectónica possível graças a técnicas e meios modernos de engenharia, o arquitecto defende que as obras não iriam trazer transtornos para os moradores nem fechar temporariamente o castelo, por decorrerem no subsolo.