Apple lança dois novos iPhones, IPad Pro e reinventa televisão

iPhone 6s e 6s Plus chegam a dez países dia 25, mas Portugal não está no primeiro lote. Preços devem começar nos 749 euros.
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Perante uma audiência de sete mil pessoas, a Apple cumpriu tudo o que era esperado: lançou dois novos iPhones, 6s e 6s Plus, um iPad Pro com caneta e capa-teclado e uma Apple TV reinventada. Não houve novidades que apanhassem o mercado de surpresa, além de algumas funcionalidades interessantes - mas não revolucionárias.

O mais importante é a nova fornada de iPhones. O 6s e o 6s Plus seguem a tradição de refrescamento a que a Apple nos habituou todos os anos a seguir a um redesenho completo (que aconteceu no ano passado com o 6 e 6 Plus). Os dois novos modelos chegam a dez países (entre Estados Unidos, Austrália, China, Reino Unido, França e Alemanha) a 25 de setembro, com as pré-reservas a começarem já neste sábado. Ainda sem data para Portugal, os preços deverão ser semelhantes aos que já estão disponíveis nas lojas online europeias da Apple: 739 euros na Alemanha e 749 euros em França, para o 6s de 16 GB. O de 64 GB custará 849 euros e o de 128 GB, 959 euros. No caso do 6s Plus, começa em 859 euros.

"Apesar de parecerem iguais, o que mudou nestes iPhones foi tudo", disse o CEO da Apple, Tim Cook, ao apresentar os modelos. "São os smarthphones mais avançados do mundo", continuou, um mote que costuma usar em todas as apresentações de produtos.

Toque 3D

A maior inovação do 6s e 6s Plus é o "toque 3D", uma tecnologia que permite fazer coisas diferentes conforme a pressão dos dedos no ecrã. Peek e Pop são dois novos gestos introduzidos com esta tecnologia. Por exemplo, se receber um SMS com um link, pode pressionar levemente para "espreitar" (peek) do que se trata, mas sem sair da app de mensagens nem abrir o site da hiperligação. Há uma série de funcionalidades que passam a estar disponíveis com estes toques, ao estilo botão esquerdo e direito do rato: cada um faz aparecer um menu e opções diferentes. Será possível deslizar entre janelas de aplicações com o toque 3D, algo que até aqui não existia no iPhone. "É uma experiência nunca antes vista num smarthphone", disse Phil Schiller, vice-presidente de marketing da Apple, durante o evento de ontem em São Francisco. O executivo revelou ainda que o processador é o novo A9 de 64-bits, com "um grande salto de performance" e 70% mais rápido.

Câmara com "fotos vivas"

A outra novidade de relevo é a câmara iSight (traseira) que passa a ter 12 megapixels, um sensor mais eficiente e 50% mais pixels que a anterior. Passa também a gravar vídeo de ultrarresolução 4K e a câmara frontal ganha um flash para selfies, Retina Flash, passando a 5 megapixels. Mas aquilo que pareceu mais interessante nas demos foi a tecnologia Live Photos, ou "fotos vivas", uma adição engraçada. Quando o utilizador tira fotos, o mecanismo capta 1,5 segundos que depois podem ser acionados usando o toque 3D. Não é vídeo, é uma "nova forma de interagir com as fotos". Ao pressionar uma foto da praia, poderá ver as ondas a mexer; os carros a passar na cidade; ou uma criança a fazer caretas para a foto. Tudo isto com som.

iPad Pro

Em termos de iPhone, estamos conversados com estas alterações, além de uma nova cor (rosa dourado), outro tipo de alumínio para o corpo, LTE e wifi mais rápidos. Mais surpreendente do que os smarthphones foi a concretização dos rumores quanto a um super iPad para profissionais. Não só o iPad Pro tem um ecrã gigantesco de 12,9 polegadas, como vem com uma caneta (Apple Pencil) e uma capa que dobra como teclado. O Pencil vai custar 99 dólares e a capa-teclado 169 dólares. Este iPad pesa 712 gramas, quase o mesmo que o original de 2010, a bateria dura dez horas e traz o processador A9X - o que lhe permite ser "mais rápido do que 80% dos ultraportáteis que chegaram ao mercado nos últimos 12 meses". Chega em novembro, ainda sem data certa, com preços que começam nos 799 dólares (possivelmente mais em euros) e vão até aos 1079 dólares.

Apple TV

Talvez o refrescamento mais interessante do dia: a primeira nova Apple TV em três anos tem um design exterior semelhante, mas por dentro está muito diferente. "Esta é mesmo a era dourada da televisão. Mas a TV em si não mudou muito nas últimas décadas", disse Tim Cook, explicando que a visão da Apple para a televisão é "simples mas um pouco provocadora." O que ele apresentou a seguir foi uma set-top-box com um novo sistema operativo, TV OS, com App Store e um comando tátil com o assistente por voz Siri integrado - a pessoa pode pedir o que quer ver, em vez de fazer as pesquisas manualmente. iTunes, Netflix, Hulu, HBO e Showtime estão disponíveis logo de início, no final de outubro. O preço é de 149 dólares, bem mais do que os 69 dólares do modelo atual (79 euros em Portugal).

Apple Watch

Nada de números de vendas, mais uma vez, mas foi pelo relógio inteligente que Tim Cook começou o evento no Bill Graham Civic Auditorium. O Watch tem um índice de satisfação dos consumidores de 97%, disse o CEO. Entre os updates estão uma parceria com a marca de luxo Hermès, para braceletes que estarão à venda em outubro, novas aplicações, entre as quais o Facebook Messenger e o iTranslate e mais estilos e cores. Há agora dez mil apps para o Watch, revelou Jeff Williams, vice--presidente de operações. Sobre o serviço Apple Music, que termina o período gratuito no final do mês, nada foi revelado - a não ser a integração na Apple TV. Foi revelado o dia de disponibilização do iOS 9: 16 de setembro.

Num evento que contou com muitas demonstrações e durou mais de duas horas, a Apple não surpreendeu ninguém. Assim as suas ações caíram 1,92%. Vários analistas sublinharam que o evento não trouxe nada inesperado mas que as novidades têm substância. Resta saber o que os consumidores acham disso tudo dentro de três semanas, quando os novos iPhones chegarem às lojas.

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