António Sala celebra 40 anos de carreira

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Tem 58 anos de vida e assinala 40 de carreira. Hoje, António Sala é agraciado com a Medalha de Mérito da Cidade de Lisboa, que será entregue por Carmona Rodrigues e será, também, homenageado com a apresentação do DVD António Sala, o Comunicador, criado pela Rádio Renascença, onde o apresentador assume o cargo de director-geral.

"Fiquei muito feliz com a notícia. Há prémios e prémios e este tem muito valor. Sinto-me reconfortado", explicou ao DN António Sala, acrescentando que Lisboa é a sua cidade, "é a cidade onde tenho sempre trabalhado e, por isso, sinto-me uma voz de Lisboa", disse.

O DVD preparado pela Renascença, em jeito de filme documental com as imagens e sons que marcaram a sua vida e carreira, conta com os depoimentos de várias personalidades como António Lobo Antunes, Artur Agostinho, Rui Veloso, Marcelo Rebelo de Sousa, Amália Rodrigues ou Cavo Silva. Quando visionou o resultado, emocionou-se. "Não por contar a minha história, mas por contar um pedaço importante na história da rádio portuguesa", conta o comunicador.

Televisão, rádio, livros, teatro e música. António Sala passou por todos. "Quarenta anos é muito tempo. Houve de tudo, coisas boas, coisas menos boas e coisas que hoje certamente faria de outra maneira, mas o saldo é muito positivo e, no geral, os objectivos foram alcançados", explicou António Sala.

À frente da Rádio Renascença desde 2003, tem a seu cargo "uma grande responsabilidade". Entrou para a rádio lisboeta há trinta anos. Primeiro, como realizador principal, depois como assessor do gerente executivo do grupo e ainda director de programas. "Quando entrei, a Renascença era a terceira mais ouvida. Fico contente por ter ajudado na mudança da rádio, ao torná-la mais dinâmica e popular. Hoje é a segunda mais ouvida", explicou António Sala, que é autor de quatro livros, todos best-sellers. "Um refúgio", diz. Neste momento, está a escrever "lentamente" mais um livro, com o título A Rádio dos Afectos, baseado na sua experiência profissional.

Actualmente, tem o seu programa na Renascença, aos sábados, às 10.00. "Uma conversa e não uma entrevista" a uma personalidade.

Fez televisão desde 1970. Há alguns anos, abandonou os ecrãs. "Só voltaria se fosse para fazer uma coisa que gostasse muito. Ou um trabalho de investigação do género do Portugal: Um Retrato Social, ou então um concurso ao estilo do Palavra Puxa Palavra". E critica o estado actual da televisão. "Os concursos hoje são muito patéticos, só dão cambalhotas estúpidas", refere.

Aliás, se é Palavra Puxa Palavra o programa que mais gostou de fazer, explica porque o mesmo não aconteceu com O Foguete. "Teve uma critica muito violenta e vendo-a agora, dou-lhe razão. Não foi bem entendido, foi um tiro de pólvora seca", adianta o radialista.

Mas também o mundo da rádio, onde se diz sentir melhor, tem o seu lado negativo. "A rádio de hoje é uma lata de conservas, não existe espaço para o risco", diz. Não se considera um homem da rádio, ou da televisão. Mas sim da comunicação.|

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