António Mexia garante que negociações com Engie são "realidade virtual"

O presidente executivo da EDP, António Mexia, apelidou de "histórias" e "realidade virtual" as notícias sobre negociações com a francesa Engie, garantindo que "não existe nada" e que "a EDP controla o seu próprio destino".
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"É uma realidade virtual e uma realidade virtual tem esta facilidade de se juntarem personagens. É mais difícil arranjar pessoas reais", afirmou António Mexia, em entrevista à Lusa, à margem da International Electricity Summit, em Washington.

O presidente executivo da EDP defendeu que as sucessivas notícias sobre negociações entre a EDP - primeiro com a Gas Natural Fenosa, depois com a italiana ENEL (dona da Endesa) e agora com a francesa Engie - "demonstram o valor dos ativos que a EDP tem e que resultam de uma estratégia de crescimento internacional, de crescimento nas renováveis em que se tornou um líder e hoje as 'utilities' querem acesso às renováveis".

"A EDP controla o seu próprio destino. Nós não chegámos atrasados [às renováveis]. Estamos bem onde estamos e temos a nossa estratégia. O resto são histórias", declarou o gestor, na sequência de notícias avançadas pelo canal de televisão francês BFM Business.

Segundo o canal BFM Business, que cita fontes próximas da Engie, o segundo maior grupo energético mundial estará interessado na aquisição da elétrica nacional liderada por António Mexia, acrescentando que existiram contactos entre os dois grupos.

Em declarações à Lusa, António Mexia garantiu que "não existe nada", reafirmando a informação enviada ao mercado na segunda-feira de não terem sido estabelecidos quaisquer contactos ou negociações com a francesa Engie com vista a "operações de consolidação".

Questionado sobre a possibilidade de a China Three Gorges (CTG), o maior acionista da elétrica, responder ao crescente interesse na EDP com um novo aumento de capital e eventual Oferta Pública de Aquisição (OPA), António Mexia recusou comentar "decisões acionistas", referindo que "é bom que os acionistas queiram mais entrar do que sair".

"Nunca comento decisões acionistas. A CTG é um parceiro importante. Tem suportado toda a estratégia [de crescimento]. Reforçou recentemente, e aproxima-se do limite, de 25%, que existem nos estatutos da EDP, e a única coisa que este reforço demonstra é o valor que atribui à companhia", afirmou.

"É bom que os nossos acionistas queiram mais entrar do que sair. Aliás, as ações sobem quando há mais gente a querer entrar do que a querer sair", concluiu.

A CTG, maior acionista da EDP, reforçou a sua participação na elétrica portuguesa em outubro de 2017, e detém cerca de 23% do capital.

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