Angola quer reforçar a cooperação e diálogo com a União Europeia ainda muito aquém do desejado

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O processo de diálogo e de cooperação entre o Governo de Angola e a União Europeia (UE) está "ainda muito aquém" do desejado, disse hoje em Luanda o ministro da Economia e Planeamento angolano, Pedro Luís da Fonseca.

O governante angolano discursava na abertura da IV reunião ministerial Angola-União Europeia no âmbito do programa "Caminho-Conjunto", subordinada ao tema "Avançar no Diálogo e na Cooperação", encontro que contou com a presença da vice-primeira ministra da Roménia, Ana Birchall.

Pedro Luís da Fonseca regozijou-se com o facto de estarem longe os tempos em Angola solicitava reuniões internacionais de doadores para alavancar a sua reconstrução infraestrutural e criar condições de crescimento contínuo da sua economia.

"Hoje somos procurados enquanto país de oportunidades por uma plêiade de interessados e somos considerados um país com uma palavra importante a dizer em África", realçou o ministro.

O titular da pasta da Economia e Planeamento angolano disse que a cooperação com a UE já vem de longa data e tem-se inserido numa linha de não ingerência nos assuntos internos de Angola, "resguardando-se, assim, o carácter neutral com que estas ajudas se revestem".

"Alguma parte do esforço de reconstrução de infraestruturas económicas e sociais tiveram lugar devido aos apoios -- a fundo perdido -- financeiros provenientes da União Europeia", reconheceu o ministro.

Para Pedro Luís da Fonseca, sendo a UE um dos parceiros que sempre esteve presente em Angola, devem estabelecer-se parâmetros de relacionamento mais ajustados à conjuntura internacional e ao interesse num aprofundamento das relações comerciais, de investimento e de cooperação geral com os países do que ainda hoje é a melhor experiência de integração económica e regional.

Angola está numa fase de construção permanente de diálogos com os seus principais parceiros do desenvolvimento, disse o ministro, salientando que a UE tem merecido da parte angolana o reconhecimento da existência de relações, a todos os níveis, "despoluídas e baseadas numa confiança mútua e numa partilha de determinadas visões quanto aos modelos de desenvolvimento".

"Daí que as modalidades concretas para se aprofundar este diálogo devam ser discutidas e determinadas com abertura e independência em concordância com as estratégias e programas constantes do Plano de Desenvolvimento Nacional [PDN] 2018-2022", frisou o ministro.

Segundo Pedro Luís da Fonseca, os grandes desafios estratégicos de Angola para os próximos anos estão condicionados à Estratégia de Longo Prazo Angola 2025, à Agenda 2063 da União Africana, ao Plano Estratégico Indicativo de Desenvolvimento Regional da SADC (Comunidade de Desenvolvimento da África Austral), à Agenda do Desenvolvimento Sustentável e à Estratégia da Transição para a Graduação de PMA (Países Menos Avançados).

O ministro sublinhou que é com base nestes compromissos assumidos pelo país que devem ser encontradas as modalidades de cooperação entre as partes e os resultados a alcançar no quadro da Plataforma Caminho Conjunto, desafios expendidos no PDN 2018-2022.

O governante angolano defendeu que seja estabelecido um roteiro para o próximo biénio, que visa a concretização de diálogos temáticos em domínios prioritários, envolvendo parceiros institucionais e não institucionais dos dois lados.

"Será igualmente importante prever um sistema de gestão e monitorização destes diálogos e assegurar não só a retroação dos resultados alcançados para o nível político, mas também a sua visibilidade junto da sociedade civil de Angola e da União Europeia", destacou.

Por sua vez, a vice-primeira ministra da Roménia, Ana Birchall, manifestou o desejo de que o encontro sirva para reforçar as relações de cooperação e diálogo entre Angola e a EU, salientando que a missão europeia é de apoiar o executivo angolano nos seus esforços de desenvolvimento.

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