AMP defende duplicação da linha ferroviária entre Aveiro e o Porto

A Área Metropolitana do Porto (AMP) vai propor a duplicação da linha ferroviária entre Aveiro e o Porto como um investimento estratégico para a região no âmbito do Plano Nacional de Investimentos (PNI) 2030, anunciou hoje o seu presidente.
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Em declarações à Lusa no final da reunião de hoje do Conselho Metropolitano do Porto (CmP), Eduardo Vítor Rodrigues revelou que este investimento é uma das três prioridades que vão estar elencadas num documento que a AMP quer apresentar já na próxima reunião do Conselho Metropolitano, no final de outubro.

Segundo o responsável e também presidente da Câmara de Vila Nova de Gaia, a ferrovia constitui um eixo fundamental para o desenvolvimento da região que quer estar ligada às redes de transportes mais rápidas.

No caso da linha Porto/Lisboa, acrescenta, "os autarcas sentem que há uma atrofia forte entre Aveiro e o Porto, devido à mistura entre os comboios de mercadorias, os de transporte suburbanos e os comboios de alta velocidade, os alfas".

"Neste sentido, o que nós vamos propor é a duplicação da linha entre Aveiro e o Porto para podermos segregar as mercadorias e o transporte suburbano para um lado e o transporte rápido para o outro", revelou.

Outra das prioridades para a região é o transporte público, matéria sobre qual a Área Metropolitana defende uma intervenção em duas vertentes.

"Para nós é muito claro que o transporte público tem que continuar a financiar a componente de metro em carril, mas também soluções inovadoras como, por exemplo, o metrobus, que é uma solução bem mais barata, dado que basicamente implica a compra de material circulante", sustentou.

Segundo Eduardo Vítor, esta solução, que existe em muitos outros países da Europa, está já a ser estudada por outros municípios além de Porto e de Gaia, como o caso de Santa Maria da Feira, cuja autarquia tem estado a trabalhar numa solução de metrobus, ou seja um corredor exclusivo para autocarros à semelhança de um metro à superfície, entre aquele concelho e o Porto.

No documento a apresentar em outubro a AMP vai definir ainda como prioridade a água, nomeadamente a sua reutilização.

"Consideramos que nesta matéria há duas prioridades", disse, especificando que "a primeira é o fecho dos investimentos nas infraestruturas tradicionais, nomeadamente no que diz respeito ao saneamento básico", e a segunda prende-se com o tentar que "a reutilização da água seja para efeitos de rega, no que diz respeito à água das estações de tratamento de águas residuais (ETAR), e seja para efeitos de consumo de equipamentos, no que diz respeito, por exemplo, às águas pluviais", defendeu.

Para Eduardo Vítor Rodrigues, o momento é de "concentrar os investimentos absolutamente estruturantes para a região".

"Queremos participar neste momento que é absolutamente estruturante, porque estamos a falar dos investimentos nos próximos dez anos, e, portanto, quem está, está e quem não estiver vai ter muitas dificuldades depois em conseguir garantir investimentos que são absolutamente decisivos", sublinhou.

O PNI 2030 define os investimentos estratégicos que o país deverá alcançar na próxima década, estando articulado com os objetivos estratégicos definidos para o Portugal 2030, neste caso nos setores da mobilidade e transportes, ambiente e energia.

Abrange as infraestruturas de nível nacional localizadas em Portugal continental com projetos ou programas com um investimento superior a 75 milhões de euros.

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