Alunos voltam à escola onde professor foi assassinado na semana passada após ameaça de bomba

Dezenas de funcionários e alunos deixaram o estabelecimento de ensino fundamental em Arras por volta das 10:30 locais, mas já receberam indicação para voltar.
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A escola do norte de França onde um professor foi morto com uma faca num aparente ataque islâmico na semana passada foi evacuada esta segunda-feira após uma ameaça de bomba.

Dezenas de funcionários e alunos deixaram o estabelecimento de ensino fundamental em Arras por volta das 10:30 locais (9:30 em Lisboa). Entretanto, após perícias realizadas pela polícia francesa, os alunos receberam indicação para voltar às aulas.

As autoridades disseram à AFP que a ameaça de bomba foi feita pela Internet.

O ataque da semana passada, que foi perpetrado por um ex-aluno de 20 anos, de nacionalidade russa, que estava a ser acusado de radicalismo e deixou três pessoas feridas, foi descrito pelo Presidente Macron como "terrorismo islâmico".

O caso abalou sobretudo os professores, que já tinham sido afetados há três anos pelo assassínio de um docente, Samuel Paty, decapitado a 16 de outubro de 2020 por ter mostrado caricaturas de Maomé nas aulas.

O receio de um atentado levou à evacuação do Museu do Louvre e depois do Palácio de Versalhes, no sábado, com base em falsos alarmes, mas hoje ambos os equipamentos reabriram nos seus horários normais.

Desde a sua detenção, o autor do atentado, Mohammed Mogouchkov, que, segundo testemunhas, gritou "Allah Akbar", "não se explicou", declarou uma fonte policial à AFP.

Mogouchkov tinha sido recentemente monitorizado pela Direção-Geral de Segurança Interna (DGSI), devido, segundo Gérald Darmanin, a ligações com o seu pai, que também foi investigado por radicalização e deportado em 2018, e com o seu irmão, preso por envolvimento num ataque planeado ao Palácio do Eliseu.

Segundo uma fonte policial, ele chegou a França em 2008 e, de acordo com as autoridades francesas, nasceu na república russa da Inguchétia, predominantemente muçulmana, mas não podia ser legalmente deportado por ter entrado no país antes dos 13 anos, como salientou Gérald Darmanin.

Desde o atentado contra o jornal satírico Charlie Hebdo, em janeiro de 2015 (12 mortos), uma série de ataques 'jihadistas' já matou mais de 260 pessoas em França.

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